ESTRANHO É VOCÊ QUE NÃO ACREDITA QUE TODA CRIANÇA É "ESPECIAL", E ALGUMAS MUITO!
Tenho uma tia com síndrome de Down, hoje com mais de 60 anos. Ela nasceu em uma época em que crianças que hoje chamamos de especiais eram consideradas "anormais" e escondidas da sociedade. Graças aos Céus isso não aconteceu com ela, que sempre foi acolhida e muito amada.
Hoje em dia a inclusão é uma questão de ordem, mas alguns ainda acreditam que isso é um "benefício", ou ainda "um gesto de bondade", para a criança especial...
Em uma das escolas que fui visitar para escolher a educação fundamental da Bia, notei que só havia escadas, e perguntei o que eles faziam com as crianças deficientes físicas. A resposta foi "ah, só temos uma anãzinha e aí sempre colocamos a sala de aula da turma dela no térreo". Vejam que absurdo! A sala de música ficava dois andares acima, assim como a biblioteca e até o refeitório. E olha que o site falava maravilhas da inclusão.... E a "pedagoga" que nos atendeu nem se deu conta do que falava. Olhando mais atentamente a escola não tinha nenhum deficiente intelectual, também.
O convívio com as crianças ditas "especiais" é uma fantástica oportunidade para os (as) nossos (as) filhos (as) ditas "normais".
E aqui não incluo apenas as crianças com Down, ou Autismo, mas também os deficientes visuais, físicos, auditivos, da fala...
1- Aprender sobre DIVERSIDADE
Qualquer tipo de diversidade mostra que deficiências e, porque não, também as eficiências, em excesso - enriquece o ambiente, desenvolve a capacidade de aceitar que todos temos os nossos limites (alguns maiores, outros menores) e que precisamos dos outros para superá-los.
2- Aprender a dar e receber SOLIDARIEDADE
A solidariedade de poder ajudar o amiguinho e de começar a receber a felicidade do outro como um presente pessoal.
3- Receber uma educação INDIVIDUALIZADA
Os professores passam a entender a heterogeneidade do grupo (que passa a ser uma representação da sociedade) e que cada criança precisa ser vista individualmente, entendendo que cada um precisa de um plano de desenvolvimento próprio. Pesquisas já indicam que ao contrário do que alguns temem não há "queda" do nível de ensino e sim um aprendizado de tolerância ao observar que em algumas coisas as "normais" são menos eficientes do que as "especiais". Todos passam a entender que nã é necessário "tirar 10 em tudo".
Hoje sinto muitos pais colocando as crianças em inúmeras atividades e querendo que elas sejam "boas" em tudo, evitando que eles passem pela frustração de não ser sempre o melhor... Isso é um erro e pode gerar muitos problemas no futuro, afinal nem todo mundo é bom em tudo na vida real
4- Ser um CIDADÃO que vai REVINDICAR INCLUSÃO E MUDANÇAS
Ainda hoje as nossas cidades, shoppings e outros locais públicos não estão preparados para as deficiências. Não há sinal sonoro nos semáforos e nos elevadores para quem não vê. Não há rampas, elevadores de fácil acesso... Se todos conviverem e compreenderem a necessidade desses equipamentos, todos iremos reivindicar. E se os céus nos ouvirem, não estacionarão seus veículos em vagas exclusivas para deficientes ou idosos...
5- Ser FLEXÍVEL
Não há apenas uma forma de jogar futebol, se colocarmos um guizo na bola o amigo que não enxerga pode jogar! Não há só um jeito de jogar basquete! Não há só uma forma de dar comida para a boneca, nossa amiga sem braços sabe usar o pé!
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
domingo, 29 de novembro de 2015
Porque é tão difícil falar sobre a morte? Mas é muito necessário!
A Morte é a única certeza da Vida... mas, nós adultos não sabemos lidar com ela e não sabemos ensinar os nossos filhos a entendê-la...
Quando esse assunto surge em rodas de mães/pais vejo a perplexidade de todos quando defendo que a criança não deve ser "poupada" e que expressões como "virou estrela/anjinho", e pior, "está dormindo para sempre" são péssimas.
Explico: são expressões que não explicam que o ser amado partiu para sempre e dá a falsa ideia que um dia ele (a) pode voltar. Isso é ruim? Sim! A criança pode achar que o ser amado não voltou porque ela não merece, ou fez algo errado... E essa culpa ninguém merece!
Quando falar sobre a morte com a criança? Quando ela acontece. No desenho animado, do bichinho de estimação, ou de um familiar.
Sejamos claros com elas. E temos de dizer que isso pode gerar sofrimento e que não é errado sofrer.Se sentir triste, assustado, abandonado é normal, e não precisa ser escondido de ninguém. Falar sobre os sentimentos ajuda muito, mas como o exemplo é o melhor professor, nós - adultos - devemos ser claros e transparentes sobre os nossos sentimentos.
Temos de ser claros: tudo que está vivo um dia vai morrer. Ao contrário do que acontece nos desenhos animados, a morte é para sempre. Se as nossas crenças pessoais incluem a vida pós a morte não é errado dizê-lo, mas é útil dizer que nem todos acreditam nisso. O (a) seu (sua) filho (a) vive em sociedade e se um (a) amiguinho (a) dizer algo diferente ele (a) tem de aceitar que há outras formas de aceitar.
Se a morte for de alguém próximo sugiro permitir que a criança participe dos rituais de velório, enterro e/ou da cremação. Isso ajuda a tornar a situação mais real. Explique para a criança o que vai acontecer e se ela quer participar dessa "despedida".
Não deixe de falar daquele que partiu. Mas sempre fale no passado. Não dê a falsa impressão de que o ser amado vai voltar, isso pode gerar uma fantasia, angústia e expectativa. Pode ser útil fazer um álbum, ou uma caixa, de memórias. Ajuda a criança a entender que as lembranças e memórias estarão sempre por perto e que não é errado querer se lembrar.
Se algum ente querido estiver seriamente doente e a morte for inevitável, prepare a criança para o fato. Não deixe que seja uma surpresa. Se possível faça com a criança participe do processo, vivencie e possa aos poucos se organizar internamente para isso.
Se o assunto é muito difícil para você há alguns livros que podem ajudar a ambos (você e seu/sua filho (a)) a entender melhor a questão.
Quando esse assunto surge em rodas de mães/pais vejo a perplexidade de todos quando defendo que a criança não deve ser "poupada" e que expressões como "virou estrela/anjinho", e pior, "está dormindo para sempre" são péssimas.
Explico: são expressões que não explicam que o ser amado partiu para sempre e dá a falsa ideia que um dia ele (a) pode voltar. Isso é ruim? Sim! A criança pode achar que o ser amado não voltou porque ela não merece, ou fez algo errado... E essa culpa ninguém merece!
Quando falar sobre a morte com a criança? Quando ela acontece. No desenho animado, do bichinho de estimação, ou de um familiar.
Sejamos claros com elas. E temos de dizer que isso pode gerar sofrimento e que não é errado sofrer.Se sentir triste, assustado, abandonado é normal, e não precisa ser escondido de ninguém. Falar sobre os sentimentos ajuda muito, mas como o exemplo é o melhor professor, nós - adultos - devemos ser claros e transparentes sobre os nossos sentimentos.
Temos de ser claros: tudo que está vivo um dia vai morrer. Ao contrário do que acontece nos desenhos animados, a morte é para sempre. Se as nossas crenças pessoais incluem a vida pós a morte não é errado dizê-lo, mas é útil dizer que nem todos acreditam nisso. O (a) seu (sua) filho (a) vive em sociedade e se um (a) amiguinho (a) dizer algo diferente ele (a) tem de aceitar que há outras formas de aceitar.
Se a morte for de alguém próximo sugiro permitir que a criança participe dos rituais de velório, enterro e/ou da cremação. Isso ajuda a tornar a situação mais real. Explique para a criança o que vai acontecer e se ela quer participar dessa "despedida".
Não deixe de falar daquele que partiu. Mas sempre fale no passado. Não dê a falsa impressão de que o ser amado vai voltar, isso pode gerar uma fantasia, angústia e expectativa. Pode ser útil fazer um álbum, ou uma caixa, de memórias. Ajuda a criança a entender que as lembranças e memórias estarão sempre por perto e que não é errado querer se lembrar.
Se algum ente querido estiver seriamente doente e a morte for inevitável, prepare a criança para o fato. Não deixe que seja uma surpresa. Se possível faça com a criança participe do processo, vivencie e possa aos poucos se organizar internamente para isso.
Se o assunto é muito difícil para você há alguns livros que podem ajudar a ambos (você e seu/sua filho (a)) a entender melhor a questão.
sábado, 14 de novembro de 2015
Tragédias: Quando tudo parece irreal... como explicar às crianças?
Quando tudo parece irreal... como explicar às crianças?
Mariana... Paris... Mortes nos noticiários e descrição de tragédias! Se nós adultos não conseguimos entender, como explicar às crianças?
Minha filha é pequena, ainda entende pouco; mas se fosse uns 2-3 anos mais velha, o que eu poderia dizer? pensei muito e chorei um bocado, mas busquei algumas respostas, com psicólogos e com o aprendizado do passado.
Lembre-se que tragédias sempre aconteceram desde que o mundo é mundo, e sempre nós - em qualquer idade - tivemos de conviver com elas!
1º Não fuja do assunto
Se a criança viu, ou ouviu, sobre a tragédia ela vai querer saber mais, perguntar, entender... Não fuja, mesmo que tenha de responder "eu também não sei porque...", mas deixe a criança se expressar
2º Não minta
Nunca faça de conta que nada aconteceu, especialmente se a tragédia impacta a vida da criança (imagine uma criança de Mariana hoje...), isso só vai diminuir a confiança que seu (sua) filho (a) tem em você
3º Tente controlar as suas emoções e sua língua!
Frente ás tragédias tentamos extravasar falando... xingando o "vilão", questionando Deus e suas decisões, desejando mal "aos causadores"... E quantas vezes esquecemos que as crianças estão em volta? E quando nos damos conta pensamos "eles não entendem ainda". MENTIRA!
Eles entendem, eles absorvem e eles reproduzem o que aprendem conosco.
Lembre-se que você não está sozinho (a) e controle-se. Provavelmente tudo que você diria naquele momento, algumas horas ou dias depois você mesmo (a) não concordaria. Ter filho (a) é antecipar essa reflexão.
Não só nas tragédias, mas na hora de comentar a roupa da amiga, o comportamento da vizinha, ou a educação que a (o) amiguinha (o) da sua (seu) filho (a) recebe...
é dessa forma que as crianças reproduzem frases como: "negros quando não defecam na entrada, defecam na saída" (máxima, traduzida de forma educada, da minha avó... que era mulata!) ou "meninos não choram", "rosa é de menina", "carrinho é de menino".
Quantas vezes vejo os pais se questionarem: "De onde ele (ela) tirou isso?" e não se enxergando!
4º Ressalte as atitudes heroicas, que sempre existem!
Mostre o bombeiro salvando animais em Mariana e ressalte que todos merecem carinho e salvação! Mostre os voluntários acolhendo os desabrigados. Separe roupas e/ou comida e leve com a criança para doar para as vítimas.
Mostre que a solidariedade pode ser a chave para diminuir o sofrimento.
5º Nunca culpe alguém, alguma crença ou posição política/filosófica
Aproveite para explicar ao seu (sua) filho (a) que em todas as sociedades, grupos religiosos e etc, há gente boa e gente que "não é tão legal", independente de onde moram, roupa que usam, quanto tem de dinheiro ou que igreja/religião frequentam.
Não faça de uma tragédia outra: a criação de preconceito no coração e mente do (a) seu (sua) filho (a).
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Dia Mundial da Adoção
Sandra Bullock, mãe de Louis, de 5 anos diz tudo:
"Estou cansada de ouvir de todos que ele não é meu filho, que ele não é meu sangue. Que sou uma mãe adotiva. Eu sou uma mãe. Não preciso de qualquer outro rótulo ou prefixo. Eu sei que o adotei e tenho orgulho disso. Ele pode não ter meus olhos, ele pode não ter o meu sorriso, ele pode não ter o meu tom de pele, mas ele tem todo o meu coração. Uma mãe é a pessoa que cria, ama e cuida do filho. Não importa se você tem ou não o mesmo sangue. Tenho meu filho em meus braços e agradeço a Deus por trazer ele para mim. Se eu tivesse seguido o padrão esperado para formar uma família, eu não o teria encontrado. Eu precisei conhecê-lo. Eu precisava ser mãe dele. Eu sei agora o porquê de tudo o que me aconteceu. Ou não aconteceu. Então eu pude conhecer este pequeno rapaz. Ele é, em todos os sentidos, meu filho.… espero que muita gente leia isso especialmente aqueles que são contra adoção e a consideram como um tabu. A adoção é maravilhosa. É uma dádiva de vida. Que o desejo de seu coração possa ser dar um lar a uma criança."
"Estou cansada de ouvir de todos que ele não é meu filho, que ele não é meu sangue. Que sou uma mãe adotiva. Eu sou uma mãe. Não preciso de qualquer outro rótulo ou prefixo. Eu sei que o adotei e tenho orgulho disso. Ele pode não ter meus olhos, ele pode não ter o meu sorriso, ele pode não ter o meu tom de pele, mas ele tem todo o meu coração. Uma mãe é a pessoa que cria, ama e cuida do filho. Não importa se você tem ou não o mesmo sangue. Tenho meu filho em meus braços e agradeço a Deus por trazer ele para mim. Se eu tivesse seguido o padrão esperado para formar uma família, eu não o teria encontrado. Eu precisei conhecê-lo. Eu precisava ser mãe dele. Eu sei agora o porquê de tudo o que me aconteceu. Ou não aconteceu. Então eu pude conhecer este pequeno rapaz. Ele é, em todos os sentidos, meu filho.… espero que muita gente leia isso especialmente aqueles que são contra adoção e a consideram como um tabu. A adoção é maravilhosa. É uma dádiva de vida. Que o desejo de seu coração possa ser dar um lar a uma criança."
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Eu fui uma criança "gordinha" e uma adulta obesa mórbida... Como evitar a epidemia de OBESIDADE INFANTIL?
Quando eu era pequena a expressão "que bebê lindo, gordinho"... Uma herança da época - sem vacinas e/ou antibióticos - que a criança mais bem nutrida era mais capaz de passar pela primeira infância, e suas infecções com maior sucesso.
Eu fui uma bebê gorda (diria até obesa) e esse problema me perseguiu por toda vida, e só foi de alguma forma resolvido com a cirurgia bariátrica (redução de estômago).
Veja abaixo o risco da criança obesa se tornar um adulto obeso:
No Brasil nas últimas 2 décadas a prevalência da obesidade infanto-juvenil subiu 240%!! Uma a cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso.
Hoje em dia temos inúmeros fatores que levaram a OBESIDADE INFANTIL ser uma problema de saúde pública em todo mundo:
Eu fui uma bebê gorda (diria até obesa) e esse problema me perseguiu por toda vida, e só foi de alguma forma resolvido com a cirurgia bariátrica (redução de estômago).
Veja abaixo o risco da criança obesa se tornar um adulto obeso:
No Brasil nas últimas 2 décadas a prevalência da obesidade infanto-juvenil subiu 240%!! Uma a cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso.
- alimentação "fast food", industrializada, usada como forma de recompensa (já falamos disso no post Alimentação infantil: não fale para seu filho fazer o que VOCÊ não faz..) e,
- redução da atividade física (o simples brincar: correr, pular, andar de bicicleta) que foi substituída pelos brinquedos eletrônicos.
- Esse fenômeno não é só culpa dos brinquedos eletrônicos ou da web, mas também do aumento da violência e da redução dos espaços (parques, rua, playgrounds) para que as crianças possam exercer esta atividade livremente. Outro problema é como sempre... o exemplo! Os pais também estão cada vez mais sedentários... E por fim o fenômeno do "mini-adulto" que faz: inglês, mandarim, kumon, etc... para um dia ser muito bem sucedido no "vestibular" (nem sabemos se isso vai existir daqui algum tempo), fazer uma faculdade de ponta (será que quando eles crescerem isso ainda vai ser importante?) e ser um adulto bem sucedido (o que é isso? ser feliz ou ganhar dinheiro?)
Este post é para explicar os motivos, os riscos e como evitar a OBESIDADE INFANTIL
O que é ser "gordinho" e o que é ser obeso?
Primeiro sinal: seu (sua) filho (a) está com um peso superior a dos seus (suas) coleguinhas da mesma idade. Geralmente, acreditamos que a família nota isso, mas um estudo recente na Espanha e no Reino Unido mostrou que 30 a 45% dos pais entrevistados não conseguiam identificar o excesso de peso dos filhos, a menos que a criança fosse muito obesa! Uma boa ferramenta são gráficos de crescimento (peso e altura) que o seu pediatra preenche em toda consulta de puericultura. Converse e ouça o seu pediatra sobre o assunto!
Quais são os fatores de risco para a obesidade infantil?
Fatores Genéticos: filhos de pais obesos tem maior risco de se tornarem obesos, mesmo que não sejam criados por estes pais. Mas, a genética só se manifesta se o ambiente permite, ou seja, se a família tem estilo de vida sedentário e abusa de uma alimentação não-saudável.
Mães que engordam muito durante a gravidez (especialmente aquelas que evoluem com Diabetes durante a gestação por esse excesso de ganho de peso), ou sofrem de privação alimentar (desnutrição), geram crianças com maior tendência a obesidade.
Há um fator psicológico da relação entre os pais e a criança que também é importante. Em muitas famílias a comida é usada como recompensa, ou como prova de amor da criança pela mãe/pai ("se você me ama, vai comer tudinho")
Saciedade: isso deve ser respeitado
Toda pessoa nasce com a sensação de fome e de saciedade. O bebê chora quando está com fome, recebe o leite e descobre a saciedade!
Muitos pais/mães não conseguem entender que a quantidade de comida que a criança ingeriu pode parecer pequena, mas é suficiente para sacia-las. Essa quantidade varia de pessoa a pessoa, de criança para criança.
"Em casa que tem comida criança não passa fome" Não é necessário que a criança raspe o prato. Respeite quando a criança não quiser mais comida. Se mais tarde ela ficar com fome, ofereça novamente a comida salgada ou uma fruta, iogurte, etc
Frustração (birra) e ansiedade (resposta a mudanças na rotina) na criança: comida não é tratamento para isso!
Muitas famílias tratam a birra trocando o seu fim por recompensas alimentares, geralmente doces e/ou salgadinhos industrializados. Já conversamos sobre birra em BIRRA: Quem já não perdeu a paciência?
Muitas vezes os pais/mães recorrem a comida quando estão ansiosos, ou com problemas, dando o exemplo para a criança. quando a criança frente a uma nova situação, por exemplo, troca de escola ou de professora, e ao se expressar ganha "uma gostosura"... estão ensinando um comportamento que vai ser para toda a vida e gerar essa associação "ansiedade-comida".
Prevenção é a palavra de ordem
No Pré-natal o ginecologista-obstetra deve identificar os fatores de risco da gestante: diabetes, colesterol elevado, tabagismo, pressão alta, doenças cardíacas... e então orienta-la: alimentação adequada, exercício físico durante a gravidez e ganho de peso correto.
No dia-à-dia o pediatra deve (o que chamamos de puericultura): estimular o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês, conversar sempre sobre a alimentação saudável e o respeito a saciedade da criança, a grande necessidade de EXEMPLO familiar, estimular a atividade física (que não precisam ser aulas de esportes, mas a liberdade do brincar!). Portanto, não deixe de levar seu/sua filho (a) a cada 6 meses/1 ano (após o 1º/2º ano, quando as consultas devem ser mais frequentes, para orientações nutricionais, de vacinação e avaliação do desenvolvimento da criança) ao pediatra!
Quais os riscos da obesidade infantil
Complicações físicas: Colesterol alto, diabetes tipo 2, pressão alta, sobrecarga nos ossos, acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática), puberdade precoce (amadurecimento dos órgãos sexuais antes da idade correta), acne, infecções de pele (especialmente nas dobras), asma e outras alterações respiratórias.
Complicações Emocionais: Baixa autoestima, depressão, maior chance de bullying na infância, alterações do comportamento.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Protegendo seu filho na Web
Tenho me revoltado muito com as publicações de pais na Internet (Youtube/Facebook/etc) em que pais divulgam crianças sofrendo (chorando, assustadas, caindo...).
Quem são esses seres humanos que enquanto o(a) filho(a) chora e precisa de colo, afago, carinho se preocupa em ficar com um celular na mão para gravar a criança sofrendo, para depois divulgar como se fosse engraçado?
Os pais tem DEVER de proteger seus filhos, na medida do que é possível. Nem sempre estaremos na vida deles, mas enquanto podemos, devemos.
A Internet criou várias facilidades... eu poder conversar com vocês... podermos rever amigos de longa data... ou encontrar novos!
Mas como e com qual idade devemos liberar/monitorar os recursos da rede? Afinal, não faz sentido priva-lo(a) desse recurso que será parte da vida dele(a) para sempre, pessoal e profissionalmente (minha opinião pessoal).
Busquei várias fontes, e abaixo o que encontrei:
1- Estabeleça horários de uso e as regras
Uma das regras até por volta dos 16-18 anos (dependerá da maturidade do(a) pimpolho(a) é ter acesso a todas as senhas das redes sociais e deixar claro que você as vasculhará.
Com a detecção da maturidade do adolescente a "invasibilidade" pode ser retirada e será uma prova de confiança entre você e seu (sua) filho (a).
Veja aqui quais os sinais de maturidade.
2-Sempre deixe o computador em local visível e sempre dê uma "passadinha" por ali
Tente ser discreto(a) na hora de chegar, há vários recursos que os (as) pequenos (as) rapidamente aprendem para fechar janelas rapidamente.
3- Use o Windows Live para monitorar a navegação da criança
4- Use o Zuggi, um buscador na web, específico para crianças que bloqueia sites impróprios. Gratuito!
5- Deixe claro o que é PEDOFILIA, seus perigos e como detectá-la.
Indique que qualquer contato suspeito deve ser comunicado e observado por você.
Avise que não devemos aceitar o convite de qualquer pessoa, e sim de pessoas que conhecemos pessoalmente ou nos são indicadas pela escola, amigos ou familiares.
Oriente que qualquer contato excessivo, que o tempo todo insista para obter informações pessoais, são suspeitas.
6- Ensine que nem tudo que está nas redes sociais é VERDADE.
Explique claramente que antes de reproduzir uma informação é importante avaliar a fonte e a veracidade. Deixe claro que em caso de dúvidas você sempre estará a disposição para ajudar!
7- PRIVACIDADE
Deixe claro que senhas, endereços pessoais, da escola e/ou virtuais, NUNCA preencher questionários/formulários online sem sua aprovação, NÃO compartilhar fotos com desconhecidos, NUNCA aceitar encontrar "novos amigos" feitos online sem a sua presença.
Quem são esses seres humanos que enquanto o(a) filho(a) chora e precisa de colo, afago, carinho se preocupa em ficar com um celular na mão para gravar a criança sofrendo, para depois divulgar como se fosse engraçado?
Os pais tem DEVER de proteger seus filhos, na medida do que é possível. Nem sempre estaremos na vida deles, mas enquanto podemos, devemos.
A Internet criou várias facilidades... eu poder conversar com vocês... podermos rever amigos de longa data... ou encontrar novos!
Mas como e com qual idade devemos liberar/monitorar os recursos da rede? Afinal, não faz sentido priva-lo(a) desse recurso que será parte da vida dele(a) para sempre, pessoal e profissionalmente (minha opinião pessoal).
Busquei várias fontes, e abaixo o que encontrei:
1- Estabeleça horários de uso e as regras
Uma das regras até por volta dos 16-18 anos (dependerá da maturidade do(a) pimpolho(a) é ter acesso a todas as senhas das redes sociais e deixar claro que você as vasculhará.
Com a detecção da maturidade do adolescente a "invasibilidade" pode ser retirada e será uma prova de confiança entre você e seu (sua) filho (a).
Veja aqui quais os sinais de maturidade.
2-Sempre deixe o computador em local visível e sempre dê uma "passadinha" por ali
Tente ser discreto(a) na hora de chegar, há vários recursos que os (as) pequenos (as) rapidamente aprendem para fechar janelas rapidamente.
3- Use o Windows Live para monitorar a navegação da criança
4- Use o Zuggi, um buscador na web, específico para crianças que bloqueia sites impróprios. Gratuito!
5- Deixe claro o que é PEDOFILIA, seus perigos e como detectá-la.
Indique que qualquer contato suspeito deve ser comunicado e observado por você.
Avise que não devemos aceitar o convite de qualquer pessoa, e sim de pessoas que conhecemos pessoalmente ou nos são indicadas pela escola, amigos ou familiares.
Oriente que qualquer contato excessivo, que o tempo todo insista para obter informações pessoais, são suspeitas.
6- Ensine que nem tudo que está nas redes sociais é VERDADE.
Explique claramente que antes de reproduzir uma informação é importante avaliar a fonte e a veracidade. Deixe claro que em caso de dúvidas você sempre estará a disposição para ajudar!
7- PRIVACIDADE
Deixe claro que senhas, endereços pessoais, da escola e/ou virtuais, NUNCA preencher questionários/formulários online sem sua aprovação, NÃO compartilhar fotos com desconhecidos, NUNCA aceitar encontrar "novos amigos" feitos online sem a sua presença.
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Andar de carro é divertido,mas tem de ser seguro: da cadeirinha até o cinto de segurança!
Quando eu era criança andávamos sem cinto de segurança, as crianças muitas vezes iam no porta malas (especialmente do fusca)... Por que mudou? Porque o mundo mudou!
Os automóveis são mais velozes, as ruas, estradas e demais vias mais lotadas e nós aprendemos com os nossos próprios erros, como em tudo na vida.
Quando eu estava no 5º/6º da Faculdade de Medicina, os anos que chamamos de "internato" nos quais começamos a atuar sob supervisão de professores e preceptores,o cinto de segurança não era obrigatório. Lembro-me da quantidade, e gravidade, das lesões nos acidentes de trânsito... :-(
Um caso que me marcou profundamente foi de um garoto de 3 anos de idade que morava na nossa unidade semi-intensiva desde o 1º mês de vida. Ele estava no colo da mãe, indo para sua primeira consulta pediátrica, quando foi vítima de um acidente automobilístico e ficou tetraplégico, dependente do aparelho de respiração mecânica, comendo por via de sonda gástrica (introduzida diretamente no estômago)... e nunca mais foi para casa até morrer por complicações infecciosas...
Então, a minha coluna hoje é em homenagem a ele.
1- A cadeirinha é OBRIGATÓRIA desde a saída da maternidade
Não é por causa da multa, não é por causa dos outros, você decidiu ser pai/mãe e portanto é responsável pela segurança desse(a) serzinho(a) que o Universo te entregou.
Primeira coisa na hora de adquirir uma: a marca deve ser certificada pelo IMETRO, cheque antes de comprar, usando a expressão "dispositivo de retenção para crianças" na guia "Buscar".
Segundo: cheque o tamanho da cadeirinha e o espaço traseiro do seu carro para não deixá-la "colada" nos bancos da frente. NUNCA COLOCAR A CADEIRA NO BANCO DA FRENTE!!
Terceiro: não se preocupe com a "cabecinha" ficar "caída". Não fará mal para a criança. Mas, se te incomodar há apoios de pescoço que podem ser usados.
2-Tipo de cadeira versus idade
Cada idade e peso necessita de uma proteção diferente.
Basicamente:
Para saber mais consulte o Guia da Cadeirinha site Criança Segura.
3- Como sempre: VOCÊ É O EXEMPLO
Isso vale para tudo. Nenhuma criança aceita verdades absolutas que só valem para ele(a) e não para os pais. Se você, seu/sua parceiro(a) e os caronas não usarem o cinto, por que ele/ela tem de usar?
Exija de todos estarem nos sues devidos lugares, com os cintos, para que você ligue o carro! (Minha mãe odeia isso!)
4- Aproveite o passeio de carro para dar as primeiras lições de segurança no trânsito
Vá contando as regras dos semáforos (vermelho, amarelo, verde), o uso da faixa de pedestres, a importância de olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. Quando vir algum comportamento incorreto (alguém atravessando entre os carros e/ou embaixo das passarela e não nelas) aponte o erro e comente o risco. Aproveite para criar um cidadão consciente e seguro.
5-Quando permitir o uso do banco da frente?
Essa resposta vai dar briga, mas até os 13 anos lugar de criança é no banco de trás. (Veja mais em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa08.pdf)
Os automóveis são mais velozes, as ruas, estradas e demais vias mais lotadas e nós aprendemos com os nossos próprios erros, como em tudo na vida.
Quando eu estava no 5º/6º da Faculdade de Medicina, os anos que chamamos de "internato" nos quais começamos a atuar sob supervisão de professores e preceptores,o cinto de segurança não era obrigatório. Lembro-me da quantidade, e gravidade, das lesões nos acidentes de trânsito... :-(
Um caso que me marcou profundamente foi de um garoto de 3 anos de idade que morava na nossa unidade semi-intensiva desde o 1º mês de vida. Ele estava no colo da mãe, indo para sua primeira consulta pediátrica, quando foi vítima de um acidente automobilístico e ficou tetraplégico, dependente do aparelho de respiração mecânica, comendo por via de sonda gástrica (introduzida diretamente no estômago)... e nunca mais foi para casa até morrer por complicações infecciosas...
Então, a minha coluna hoje é em homenagem a ele.
1- A cadeirinha é OBRIGATÓRIA desde a saída da maternidade
Não é por causa da multa, não é por causa dos outros, você decidiu ser pai/mãe e portanto é responsável pela segurança desse(a) serzinho(a) que o Universo te entregou.
Primeira coisa na hora de adquirir uma: a marca deve ser certificada pelo IMETRO, cheque antes de comprar, usando a expressão "dispositivo de retenção para crianças" na guia "Buscar".
Segundo: cheque o tamanho da cadeirinha e o espaço traseiro do seu carro para não deixá-la "colada" nos bancos da frente. NUNCA COLOCAR A CADEIRA NO BANCO DA FRENTE!!
Terceiro: não se preocupe com a "cabecinha" ficar "caída". Não fará mal para a criança. Mas, se te incomodar há apoios de pescoço que podem ser usados.
2-Tipo de cadeira versus idade
Cada idade e peso necessita de uma proteção diferente.
Basicamente:
- Até 1 ano de idade –bebê conforto instalado de costas para o banco do motorista;
- De 1 a 4 anos de idade – cadeira para auto;
- De 4 a 7 anos e meio de idade - assento de elevação, o booster;
- A partir dos 7 anos e meio – no banco traseiro com o cinto de segurança.
Para saber mais consulte o Guia da Cadeirinha site Criança Segura.
Isso vale para tudo. Nenhuma criança aceita verdades absolutas que só valem para ele(a) e não para os pais. Se você, seu/sua parceiro(a) e os caronas não usarem o cinto, por que ele/ela tem de usar?
Exija de todos estarem nos sues devidos lugares, com os cintos, para que você ligue o carro! (Minha mãe odeia isso!)
4- Aproveite o passeio de carro para dar as primeiras lições de segurança no trânsito
Vá contando as regras dos semáforos (vermelho, amarelo, verde), o uso da faixa de pedestres, a importância de olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. Quando vir algum comportamento incorreto (alguém atravessando entre os carros e/ou embaixo das passarela e não nelas) aponte o erro e comente o risco. Aproveite para criar um cidadão consciente e seguro.
5-Quando permitir o uso do banco da frente?
Essa resposta vai dar briga, mas até os 13 anos lugar de criança é no banco de trás. (Veja mais em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa08.pdf)
terça-feira, 15 de setembro de 2015
O lado negro da mater/paternidade
Estava em uma festa de aniversário de uma das melhores
amigas da Bia e perguntei: qual deve ser a minha próxima coluna? E aí veio o
tema: o lado negro da maternidade.
Como é?????? Como assim tem lado ruim? Ser mãe/pai é
fantástico e tudo é lindo...
Mentira!
As mães costumam ter mais neuroses, mas esquecem que os pais
também têm seus dramas.
As grávidas ouvem só sobre sono e a rotina chata dos
primeiros meses e não se prepararam para o resto. E para os coitados dos pais ninguém
fala nada. Continuam usando o modelo: só a mãe cuida....
Então hoje vamos ao sincericídio: o lado negro da
mater/paternidade.
1-
Medo de morrer
À partir do momento que você vê a criança e nota que será
responsável por alguém ser feliz, ou não, saudável, ou não, etc... Você começa
a pensar na insuportável pergunta, mas e se eu morrer?
Para a cultura brasileira há algumas providências que pensei
e que podem parecer estranhas, mas vá lá:
·
Testamento: estabelecer exatamente quem deve ser
responsável pelo seu/sua filho (a) caso algo aconteça;
·
Reserva de fundos para educação: se você é
organizado faça um investimento próprio, se não for compre um plano de
previdência deste tipo
·
Plano de saúde: se vocês adultos faltarem o
plano de saúde da empresa acaba e... então tenham planos próprios que o
responsável legal pelo (a) seu/sua filho (a) poderá manter.
·
Vá ao médico. Faça checkup. Seja mais saudável.
2-
Pós-parto é ruim, mas passa
Seja parto normal ou cesariana (sim, ela é uma opção para
várias situações e não é crime) o pós-parto é um período de dor. Não é errado
senti-la e, por favor, divida o desconforto com seu/sua parceiro (a). Nesse
momento, ele (a) está ansioso (a) para fazer alguma coisa por você e o papel de
super-mulher os (as) enche de medo de ser desnecessário (a).
3-
Baby Blues e depressão
A maioria das mulheres passam pelo baby blues (encontrei
números de 60 até 80%) que é o resultado da imensa variação hormonal que
acontece no final da gestação.
Durante a gravidez a mãe está inundada de hormônios. Depois que
a criança nasce a quantidade de hormônio (estrógeno e progesterona) se altera
bruscamente e isso leva a alteração da quantidade de neurotransmissores,
substâncias que comunicam aos diferentes locais do cérebro as sensações de
alegria/tristeza/prazer. Com o tempo o corpo volta ao normal.
Os sintomas começam entre o 3º e o 10º dia pós-parto quando
a sensação de cansaço e de ser incapaz e incompetente se instalam. A privação
de sono, resultado da amamentação, piora o quadro. São sentimentos verdadeiros
e reconhecer e dividir com o (a) parceiro (a) é muito importante. Que o (a)
parceiro (a) possa ser a pessoa a acordar com o choro do bebê e trazê-lo (a)
até você (ao invés de você se levantar toda vez que o bebê chora) já ajuda
muito. Saber que pode tomar um longo banho porque há alguém a postos caso o bebê
chore, também. Seria interessante que o (a) parceira pudesse pensar em tirar
alguns dias de férias nesse começo (já que a licença legal é curta e foi criada
para que “o pai pudesse registrar a criança”.)
Deu vontade de chorar? Chore. Não tenha culpa. Você não é
uma horrível mãe porque não está absurdamente feliz. Praticamente nenhuma está.
Com apoio da família e amigos o baby blues passa em cerca de
2 semanas. Mas a depressão pós-parto é outra coisa. Na depressão a sensação de
incapacidade de cuidar da criança e de si mesma é aterrorizante e muitas vezes
gera impulsos suicidas ou homicidas. É mais frequente em pessoas com história
prévia e/ou familiar de depressão, que tenham tido problemas durante a gravidez
(especialmente de saúde). Segundo estatísticas norte americanas 10 a 15% das
mulheres apresentam o problema. Neste caso só apoio familiar e dos amigos não
adianta, é necessário tratamento psiquiátrico com medicação.
4-
Amamentar doí!
Sim, amamentar é fundamental para a saúde da criança e o
ideal é que o leite materno seja o alimento exclusivo dela até o 6º mês de
vida. (Vovós e vovôs, atenção: chá é contraindicado). Mas dói! O mamilo precisa
ser preparado para a sucção constante antes do nascimento do bebê. E mesmo
assim a tração, fricção e atrito constantes geram desconforto. A criança também
está em processo de aprendizado, nunca fez aquilo antes. Leia como se preparar
em: http://pediatriadescomplicada.com/2014/10/27/mamae-saiba-qual-a-melhor-posicao-e-pega-na-hora-de-amamentar
5-
Culpa: quero ficar sozinha um pouco! Quero ir embora daqui!
Sim, queremos! Queremos sair para dançar, ir ao cinema,
comer e beber bem sem que um choro ou alguém grite “manhê”.... Queremos dormir
até tarde... Queremos ficar sozinhas em casa em total e maravilhoso silêncio!
Por que não conseguimos? Porque a “cultura geral” diz que é
nosso dever estar totalmente à disposição da criança! E aprendemos que “deixar
com os outros” é errado. Primeiro, o (a) nosso (a) parceiro (a) não é “com os
outros” e sim alguém que decidiu entrar nessa jornada conosco. Mesmo que em
algum momento vocês já não coabitem, ambos (as) tem os mesmos direitos e
deveres em relação à prole.
Tenho ouvido muitas queixas de parceiros (as) especialmente
nos primeiros 2-3 anos de vida: eu não posso ficar sozinho (a) com meu filho
(a)! A mãe dele acha que eu sou incapaz!
A verdade é perniciosa. Nos sentimos tão poderosas nesse
papel de mãe que não queremos abrir mão desse poder para ninguém, sequer
compartilhar. É bom (mas é ruim) ser essa super-heroína que trabalha, cuida e
arruma tudo! Para as gerações passadas era o que as mulheres tinham de força e
de contrapartida nas relações...
O mundo mudou... E agora trabalhamos, estudamos, fazemos
esportes e temos outros interesses. Mas o comportamento “ideal” ainda está na
nossa mente, colocado pelas histórias que ouvimos desde pequenas e muitas vezes
pela educação que nossos pais nos deram.
Está na hora de reconhecer, partilhar o poder e educar o (a)
nosso (a) pimpolho (a) para ser diferente na vez dele (a).
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Primeira visita ao Dentista (odontopediatra)
Para começar precisamos acabar com a
idéia de que ir ao dentista é ruim e chato. Essa história precisa mudar para o
bem de nossas crianças e da saúde geral delas. O comportamento de nossos filhos
é reflexo do aprendizado em casa, essa lição deve ser aprendida na infância.
A maior aliada da odontopediatria e
de uma boa experiência com o dentista na infância é a prevenção. Portanto, a
primeira visita ao dentista tem que ser feita antes de 1 ano de idade, quando
aparecem os primeiros dentinhos de leite. Sim, levar seu filho pequeno para
visitar o dentista, escutar as dicas sobre alimentação, higienização da boca,
desfazer dúvidas é super importante. Mesmo que seja de uma maneira lúdica essa
visita. Mas aí vem a pergunta: essa dentista não para de brincar com meu filho,
será que dá para começar logo essa consulta? Bem, a consulta já começou e você
não percebeu. A maneira que um odontopediatra apresenta o mundo odontológico
para seu filho fará total diferença. Se familiarizar com o ambiente,
instrumentais, cadeira, ar, água, por meio de brincadeiras, abre um canal de
comunicação e confiança que dará condições possíveis ao atendimento. Quando for
necessário realizar um procedimento mais complexo, seu filho já estará seguro e
confiante para fazê-lo.
O odontopediatra usa muita cor,
brinquedos e bichos de pelúcia no consultório, para ter um ambiente adequado ao
receber a criança, onde ela se sinta acolhida e esperada. A visita deve ser
tratada de uma forma natural, tranquila e será uma experiência única e
diferente da época dos pais. É natural que os pais fiquem apreensivos, mas não
precisam trazer uma platéia para a primeira consulta: vovô, vovó, babá e os
irmãos. A criança irá ao dentista para cuidar dos dentes e não para um show em
que ela será o centro das atenções. Então vamos manter a leveza e a tranquilidade?
E se ele chorar? Não se preocupem.
Pode ser timidez, receio por algo desconhecido, pode ser até um pouco de medo
pela nova situação. O odontopediatra fará a adaptação do seu filho, até que ele
se sinta confortável para o atendimento odontológico. Por isso a importância da
prevenção e não levar seu filho ao dentista quando estiver com dor, cárie.
Outra questão importante é prometer
presentes e passeios caso seu filho se comporte. Isso não é recomendável!
Sabemos que a expectativa é grande, mas um profissional da área vai saber como
lidar com o choro e a negação, quando menos se esperar, seu filho vai amar ir
ao dentista e esperar ansioso para uma próxima visita.
Então, quando for falar com seu filho
sobre a primeira visita ao dentista, soe genuinamente feliz, alegre, tranquilo,
divertido e curioso. Fale que ele vai brincar, mostrar os dentinhos e aprender
a cuidar deles. Mostrar curiosidade pelo que a tia/tio tem guardado para
mostrar e ensinar para eles. A experiência nesse primeiro momento vai
direcionar todo o futuro da criança no consultório odontológico.
Dra
Tatiana Matuck CRO -SP 100695
Odontopediatria,
Ortodontia e Ortopedia dos Maxilares.
Rua
Ministro Luiz Gallotti, 215 Brooklin
Tel
5561 2323
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Pesadelo é uma coisa. Terror noturno, outro.
Você está dormindo tranquila e profundamente... e aí gritos aterrorizantes te acordam...
O que é? O que eu faço? E agora?
Os pais ficam apavorados, desesperados porque não conseguem evitar e/ou resolver a situação que incomoda o (a) filho (a). E para nós pais o que é pior do que descobrir não ser capaz de evitar qualquer sofrimento na vida dos nossos (as) pimpolhos (as)? Mesmo quando eles (as) tiverem 50 anos...
Vamos entender para nos culparmos menos... (não nos culpar... eu julgo impossível)
1- O que é sono?
Sono é um período de repouso para o corpo e a mente quando a volição (capacidade de escolher) e a consciência (capacidade de entender, analisar e compreender) estão parcial ou totalmente inativos.
Ele se divide em 2 períodos reconhecidos pelo Movimento dos Olhos: Período sem movimentos rápidos dos olhos (NREM, do inglês, Non Rapid Eye Movement, 75% do tempo que dormimos) e o com esses movimentos (REM, Rapid Eye Movement).
NREM: (1) sonolência: período em que você começa a se preparar para dormir, geralmente deixando a mente vaguear por vários acontecimentos recentes, dura mais ou menos 5 minutos e qualquer estímulo acorda a pessoa; (2) sono "não profundo", duração média de 5 até 15 minutos, para "acordar" a pessoa necessita de estímulos mais intensos (tátil, sonoro...) podem aparecer sonhos com história; (3) aprofundamento do sono (15 a 20 minutos) e (4) sono profundo (40 minutos) quando acordar a pessoa é muito, mas muito difícil. No NREM há liberação do hormônio do crescimento, em grandes quantidades.
Depois de todo esse NREM, começa o sono REM: momento em que os músculos estão totalmente parados e relaxados, mas o cérebro está em plena atividade (como na fase de sonolência) há sonhos relacionados a fortes situações emocionais. A função é separar o memórias "inúteis" do dia-à-dia (" a cor do carro estacionado na frente da escola") do que é importante para fixar apenas o importante na memória. É o momento que mandamos lembranças inúteis para a "lixeira" do nosso "computador" (cérebro) e a esvaziamos.
2-Pesadelo
Acontece na fase REM, geralmente na segunda metade da noite, e é relacionado a um sonho assustador, e a criança acorda (na maioria das vezes) e consegue contar que o medo foi gerado por uma "história" relacionada ao sonho. Tem relação com algumas situações do cotidiano que a criança vivenciou: um filme de terror, o medo de cair do brinquedo quando se desequilibrou, uma história aterrorizante contada por um amiguinho...
Nesse momento confortar, explicar que está ali para protegê-lo (a) e que aquele fato "não é real" ou "já passou" funciona.
Para evitar o pesadelo ter uma boa rotina para dormir, evitar histórias ou filmes com conteúdos que podem causar a sensação de medo na criança. Para descobrir o "gatilho" do pesadelo revise o dia da criança do ponto de vista da idade e maturidade emocional dela. (Com a minha Bia um dos desencadeantes foi o seriado "Chaves"... afinal ela nunca tinha visto, até aquele momento, crianças brigando e batendo uma nas outras)
3- Terror Noturno
Pode começar por volta dos 9 meses, de 10 a 15% das crianças tem pelo menos 1 crise por ano, em adolescentes 5 a 10% tem pelo menos 1 crise anual e entre os adultos 1 a 5%.
Acontece na primeira metade da noite (2 a 4 horas depois do adormecer), fase NREM. A criança grita, se agita fisicamente (senta, chuta, bate...) , pode suar muito, respirar rápido e ter os batimentos cardíacos muito acelerados. Há uma sensação de desconforto e/ou medo forte, mas não se relaciona especificamente a um fato ou história. Na maioria dos casos a criança não acorda (ou seja, não fica consciente).
Costuma ter história familiar, ou seja, se o seu/sua filho (a) mais velho (a) - ou você - tem e/ou teve terror noturno o (a) próximo (a) filho (a) tem mais chances de apresentar o problema.
Algumas situações aumentam a chance do terror, cansaço excessivo, estresse, febre e/ou outro desconforto físico (incluindo bexiga cheia), dormir em lugar estranho/diferente, muito som e/ou luz.
Neste caso acolher fisicamente é fundamental para passar a sensação de conforto. Evite acordar a criança. Repita com voz calma e tranquila "Papai e mamãe, ou papais, ou mamães te amam" ou cante uma canção de ninar baixinho.
O que é? O que eu faço? E agora?
Os pais ficam apavorados, desesperados porque não conseguem evitar e/ou resolver a situação que incomoda o (a) filho (a). E para nós pais o que é pior do que descobrir não ser capaz de evitar qualquer sofrimento na vida dos nossos (as) pimpolhos (as)? Mesmo quando eles (as) tiverem 50 anos...
Vamos entender para nos culparmos menos... (não nos culpar... eu julgo impossível)
Sono é um período de repouso para o corpo e a mente quando a volição (capacidade de escolher) e a consciência (capacidade de entender, analisar e compreender) estão parcial ou totalmente inativos.
Ele se divide em 2 períodos reconhecidos pelo Movimento dos Olhos: Período sem movimentos rápidos dos olhos (NREM, do inglês, Non Rapid Eye Movement, 75% do tempo que dormimos) e o com esses movimentos (REM, Rapid Eye Movement).
NREM: (1) sonolência: período em que você começa a se preparar para dormir, geralmente deixando a mente vaguear por vários acontecimentos recentes, dura mais ou menos 5 minutos e qualquer estímulo acorda a pessoa; (2) sono "não profundo", duração média de 5 até 15 minutos, para "acordar" a pessoa necessita de estímulos mais intensos (tátil, sonoro...) podem aparecer sonhos com história; (3) aprofundamento do sono (15 a 20 minutos) e (4) sono profundo (40 minutos) quando acordar a pessoa é muito, mas muito difícil. No NREM há liberação do hormônio do crescimento, em grandes quantidades.
Depois de todo esse NREM, começa o sono REM: momento em que os músculos estão totalmente parados e relaxados, mas o cérebro está em plena atividade (como na fase de sonolência) há sonhos relacionados a fortes situações emocionais. A função é separar o memórias "inúteis" do dia-à-dia (" a cor do carro estacionado na frente da escola") do que é importante para fixar apenas o importante na memória. É o momento que mandamos lembranças inúteis para a "lixeira" do nosso "computador" (cérebro) e a esvaziamos.
2-Pesadelo
Acontece na fase REM, geralmente na segunda metade da noite, e é relacionado a um sonho assustador, e a criança acorda (na maioria das vezes) e consegue contar que o medo foi gerado por uma "história" relacionada ao sonho. Tem relação com algumas situações do cotidiano que a criança vivenciou: um filme de terror, o medo de cair do brinquedo quando se desequilibrou, uma história aterrorizante contada por um amiguinho...
Nesse momento confortar, explicar que está ali para protegê-lo (a) e que aquele fato "não é real" ou "já passou" funciona.
Para evitar o pesadelo ter uma boa rotina para dormir, evitar histórias ou filmes com conteúdos que podem causar a sensação de medo na criança. Para descobrir o "gatilho" do pesadelo revise o dia da criança do ponto de vista da idade e maturidade emocional dela. (Com a minha Bia um dos desencadeantes foi o seriado "Chaves"... afinal ela nunca tinha visto, até aquele momento, crianças brigando e batendo uma nas outras)
3- Terror Noturno
Pode começar por volta dos 9 meses, de 10 a 15% das crianças tem pelo menos 1 crise por ano, em adolescentes 5 a 10% tem pelo menos 1 crise anual e entre os adultos 1 a 5%.
Acontece na primeira metade da noite (2 a 4 horas depois do adormecer), fase NREM. A criança grita, se agita fisicamente (senta, chuta, bate...) , pode suar muito, respirar rápido e ter os batimentos cardíacos muito acelerados. Há uma sensação de desconforto e/ou medo forte, mas não se relaciona especificamente a um fato ou história. Na maioria dos casos a criança não acorda (ou seja, não fica consciente).
Costuma ter história familiar, ou seja, se o seu/sua filho (a) mais velho (a) - ou você - tem e/ou teve terror noturno o (a) próximo (a) filho (a) tem mais chances de apresentar o problema.
Algumas situações aumentam a chance do terror, cansaço excessivo, estresse, febre e/ou outro desconforto físico (incluindo bexiga cheia), dormir em lugar estranho/diferente, muito som e/ou luz.
Neste caso acolher fisicamente é fundamental para passar a sensação de conforto. Evite acordar a criança. Repita com voz calma e tranquila "Papai e mamãe, ou papais, ou mamães te amam" ou cante uma canção de ninar baixinho.
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Que sono! Dormir é bom! Em todas as idades... Mas, como ajudar o (a) meu/minha filho (a) a ter bons hábitos de sono?
Dormir é tão bom... e depois de virarmos mamães e papais isso se torna cada vez melhor... Afinal os pequenos nos consomem todas energias!
Mas a minha Bia, é uma garota super "boa de cama"! De repente olha para você e diz: vou dormir! E apaga! Já fez isso em restaurante de hotel fazenda! (Vejam a foto que ilustra nossa publicação de hoje.)
Mas, para muitos pais e mães é conflituoso gerenciar o sono dos pequenos...
1- Como sempre: cada família e cada comunidade social funciona de um jeito. Se respeite! O certo para alguns, pode não encaixar para vocês...
Uma criança deve estar integrada a sua realidade, Na comunidade Guisi no Quênia os pequerruchos não tem horário para dormir, participam das atividades dos pais e da comunidade até sentirem necessidade de repouso, então dormem. Já os Hare, no Canadá, não permitem a soneca da tarde após os 3 anos e as crianças jantam e imediatamente dormem. (fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/o-padrao-de-sono-das-criancas/).
Na verdade o ideal é que a criança se adapte ao ritmo familiar. A que horas vocês pais chegam em casa? A que hora acordam? Que momento após o trabalho podem brincar com seu/sua filho (a)?
Mais importante do que regras e receitas prontas o mais importante é que seu/sua pequeno (a) possa conviver, brincar e conversar com vocês...
Sempre fui "da noite", mas minha filha é "do dia" e meu marido também, fui eu quem teve de se adaptar... (Juro ainda é difícil!)
2- Do nascimento até nos tornarmos idosos a necessidade de sono e o ciclo dele muda
Até 6 meses o sono acontece em ciclos de 3 a 4 horas, sem nenhuma relação com o fato de ser noite ou dia. São os pais que começam a introduzir este conceito. Dica: nas mamadas noturnas não use muita luz e nas diurnas sempre mantenha a luz natural, desde recém nascido, este conceito é demonstrado pelo nosso comportamento e aprendido. Não coloque a criança para dormir em ambientes sem luz durante o dia, mantenha a luminosidade natural, assim você estará demonstrando o conceito noite/dia.
Por volta do 4º mês o ritmo de 24 horas e luminosidade começam a ser compreendidos, então eles passam a estender o tempo entre os ciclos. Geralmente no 6º mês a criança passa a conseguir dormir por 6 horas seguidas, acordando à noite para uma mamada (as mamães voltando da licença maternidade agradecem!).
Entre os 2 e 3 anos (sempre esse período crítico...) o sono noturno já deve ter um ritmo proprio e contínuo, as "sonecas diurnas" tendem a diminuir. Porém, aparece a ansiedade da separação dos pais ("e se ao acordar eles não estiverem aqui?"). Nesse momento é importante criar uma rotina que dê segurança à criança (de acordo com as rotinas e valores familiares). Os chamados "objetos transicionais" (paninho, boneco de pelúcia, bonecas, etc...) são importantes para eles se sentirem tranquilos, seguros e conseguirem "desligar". Nessa idade por volta de 30% das crianças tem os "terrores noturnos" (choro constante no meio da noite, vamos conversar em outro post, prometo!).
Entre 4 e 5 anos é interessante evitar as "sonecas diurnas", especialmente no final da tarde, elas podem reduzir o tempo de sono noturno. Dica: se seu/sua filho (a) está na "escolinha" cheque qual é a "política" deles nesta faixa etária e peça para adapta-la a sua rotina familiar.
Dos 5 aos 12 a criança transita gradualmente para o "padrão adulto", há horários para acordar para ir à escola e etc... que geram uma rotina...
Adolescentes tem um aumento da sensação de sono durante o dia, para se adaptarem para a rotina dos tais "8 horas diárias de sono" e a possibilidade de dormirem em horários diferentes durante a semana e aos fins de semana. Alguns pedagogos desaconselham que as aulas comecem muito cedo para que a atenção na hora do aprendizado seja melhor aproveitado.
Antigamente diziam que tínhamos de aprender a estudar e acordar e acordar cedo porque na vida adulta seria assim... Pense na nossa vida atual: home office, horários alternativos, novas opções profissionais. Entender e respeitar é fundamental.
Leia mais em
http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/hora-certa-aprender-467203.shtml,
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/aulas-para-adolescentes-deveriam-comecar-depois-das-8h30-diz-estudo
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/aulas-comecam-cedo-demais-39-dos-alunos-brasileiros-possuem-privacao-de-sono-17123847
Veja a tabela de tempo versus idade (lembre-se cada criança, adulto e família são individualidades, esses números são médias):
Mas a minha Bia, é uma garota super "boa de cama"! De repente olha para você e diz: vou dormir! E apaga! Já fez isso em restaurante de hotel fazenda! (Vejam a foto que ilustra nossa publicação de hoje.)
Mas, para muitos pais e mães é conflituoso gerenciar o sono dos pequenos...
1- Como sempre: cada família e cada comunidade social funciona de um jeito. Se respeite! O certo para alguns, pode não encaixar para vocês...
Uma criança deve estar integrada a sua realidade, Na comunidade Guisi no Quênia os pequerruchos não tem horário para dormir, participam das atividades dos pais e da comunidade até sentirem necessidade de repouso, então dormem. Já os Hare, no Canadá, não permitem a soneca da tarde após os 3 anos e as crianças jantam e imediatamente dormem. (fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/o-padrao-de-sono-das-criancas/).
Na verdade o ideal é que a criança se adapte ao ritmo familiar. A que horas vocês pais chegam em casa? A que hora acordam? Que momento após o trabalho podem brincar com seu/sua filho (a)?
Mais importante do que regras e receitas prontas o mais importante é que seu/sua pequeno (a) possa conviver, brincar e conversar com vocês...
Sempre fui "da noite", mas minha filha é "do dia" e meu marido também, fui eu quem teve de se adaptar... (Juro ainda é difícil!)
2- Do nascimento até nos tornarmos idosos a necessidade de sono e o ciclo dele muda
Até 6 meses o sono acontece em ciclos de 3 a 4 horas, sem nenhuma relação com o fato de ser noite ou dia. São os pais que começam a introduzir este conceito. Dica: nas mamadas noturnas não use muita luz e nas diurnas sempre mantenha a luz natural, desde recém nascido, este conceito é demonstrado pelo nosso comportamento e aprendido. Não coloque a criança para dormir em ambientes sem luz durante o dia, mantenha a luminosidade natural, assim você estará demonstrando o conceito noite/dia.
Por volta do 4º mês o ritmo de 24 horas e luminosidade começam a ser compreendidos, então eles passam a estender o tempo entre os ciclos. Geralmente no 6º mês a criança passa a conseguir dormir por 6 horas seguidas, acordando à noite para uma mamada (as mamães voltando da licença maternidade agradecem!).
Entre os 2 e 3 anos (sempre esse período crítico...) o sono noturno já deve ter um ritmo proprio e contínuo, as "sonecas diurnas" tendem a diminuir. Porém, aparece a ansiedade da separação dos pais ("e se ao acordar eles não estiverem aqui?"). Nesse momento é importante criar uma rotina que dê segurança à criança (de acordo com as rotinas e valores familiares). Os chamados "objetos transicionais" (paninho, boneco de pelúcia, bonecas, etc...) são importantes para eles se sentirem tranquilos, seguros e conseguirem "desligar". Nessa idade por volta de 30% das crianças tem os "terrores noturnos" (choro constante no meio da noite, vamos conversar em outro post, prometo!).
Entre 4 e 5 anos é interessante evitar as "sonecas diurnas", especialmente no final da tarde, elas podem reduzir o tempo de sono noturno. Dica: se seu/sua filho (a) está na "escolinha" cheque qual é a "política" deles nesta faixa etária e peça para adapta-la a sua rotina familiar.
Dos 5 aos 12 a criança transita gradualmente para o "padrão adulto", há horários para acordar para ir à escola e etc... que geram uma rotina...
Adolescentes tem um aumento da sensação de sono durante o dia, para se adaptarem para a rotina dos tais "8 horas diárias de sono" e a possibilidade de dormirem em horários diferentes durante a semana e aos fins de semana. Alguns pedagogos desaconselham que as aulas comecem muito cedo para que a atenção na hora do aprendizado seja melhor aproveitado.
Antigamente diziam que tínhamos de aprender a estudar e acordar e acordar cedo porque na vida adulta seria assim... Pense na nossa vida atual: home office, horários alternativos, novas opções profissionais. Entender e respeitar é fundamental.
Leia mais em
http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/hora-certa-aprender-467203.shtml,
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/aulas-para-adolescentes-deveriam-comecar-depois-das-8h30-diz-estudo
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/aulas-comecam-cedo-demais-39-dos-alunos-brasileiros-possuem-privacao-de-sono-17123847
Veja a tabela de tempo versus idade (lembre-se cada criança, adulto e família são individualidades, esses números são médias):
Idade
| Nº horas | Quantidade de horas de sono durante o dia |
---|---|---|
Recém-nascido |
16 a 18 horas por dia.
|
várias sonecas durante o dia
|
2 a 6 meses |
14 a 16 horas por dia
|
5 horas dessas, de sono diurno
|
6 a 12 meses |
12 a 14 horas por dia
|
3 horas dessas, de sono diurno
|
1 a 2 anos |
10 a 12 horas por noite
|
2 soninhos diurnos de 1 hora cada
|
2 aos 3 anos |
10 a 12 horas por noite
|
1 soninho diário de 1 hora
|
3 aos 6 anos |
10 a 12 horas por noite
|
não há necessidade de sono diurno
|
Acima de 6 anos |
8 a 10 horas por noite
|
não há necessidade de sono diurno
|
Adolescentes |
8 a 9 horas por noite
|
não há necessidade de sono diurno
|
Adultos |
7 a 8 horas por noite
|
um descanso de 30 minutos durante o dia é interessante
|
Idosos
| 6 a 7 horas por noite |
importante um sono diurno de 1 hora e meia
|
3- Por que dormir é um assunto sério?
- Dar tempo para o corpo voltar às condições ideais para recomeçar, isso inclui restabelecer a quantidade de algumas substâncias químicas
- Para aprender e ter boa memória: durante o dia recebemos uma série de informações (e com a internet isso aumentou exponencialmente), desde a cor da roupa de alguém até informações acadêmicas. O sono serve para fixar os que são importantes e "jogar fora" aqueles que não tem valia (porque se lembrar que a cor do carro que parou na frente de casa ou da escola era verde?). É uma especie de "esvaziar a memória do seu computador mental".
- Dar tempo para o corpo descansar (baixar a pressão arterial, batimentos cardíacos, relaxar os músculos...) e produzir alguns hormônios que regulam a nossa vida e o nosso funcionamento (hormônio do crescimento, hormônios que controlam o apetite (quem dorme pouco tem mais tendência a engordar!), e vários outros.
domingo, 30 de agosto de 2015
sábado, 29 de agosto de 2015
Cada um tem um esporte para chamar de seu... Qual é a do (a) seu/sua filho (a)?
A atividade física e o esporte são importantes para o desenvolvimento da coordenação e da motricidade, para a criança aprender a colaborar e dividir.
Mas, qual o esporte ideal para cada criança?
1- Se livre dos seus preconceitos antes de pensar no assunto
Meninas devem fazer Ballet, ginástica rítmica, ginástica olímpica, eventualmente natação (não muito para não ficar com os ombros largos) ou atletismo "leve"? Meninos devem fazer futebol, esportes de combate ou atletismo "pesado"?
Esqueça! O mundo é outro há muito tempo... Meninos podem ser ginastas olímpicos e meninas podem jogar futebol... O mais importante é que as crianças gostem do que estão fazendo, e saber que com o tempo elas podem "desgostar" daquela atividade e querer fazer outra.
Vejam o depoimento desta mãe, professora de educação física, sobre as escolhas de esportes quando ela era pequena e depois dos filhos: http://kilorias.band.uol.com.br/aprendendo-a-escolher-o-esporte-do-seu-filho/
2- A criança tem algum problema de saúde?
Não é impeditivo, mas se a criança tem algum problema de saúde o esporte e a atividade física devem ser adequados as limitações físicas e/ou cognitivas dela. Se a criança tem problemas auditivos pode ser frustrante tentar praticar um esporte que dependa de ritmo como a ginástica artística. O mesmo vale para dificuldades visuais, respiratórias ou físicas. É importante observar que NADA é impeditivo, mas vai depender da capacidade da criança lidar com frustrações e de desejar desafios. Veja o exemplo de Nick Vujicic
Mas, nem toda criança tem um temperamento de enfrentamento e forçar a barra só pode gerar um sentimento de imperfeição, bastante indesejável. A atividade física tem de ser prazerosa e respeitar os limites de cada indivíduo.
3- Qual a personalidade do seu/sua filho (a)
Ele (a) tem boa coordenação motora? Gosta de atividades em grupo, ou prefere brincar sozinho (a)? É agressivo (a) ou tímido (a)? É inquieto (a) ou agitado (a)?
Especialistas dizem que:
1- Para crianças coordenadas e/ou sociáveis, esportes coletivos podem ser mais adequados
2- Inquietas, ansiosas ou com dificuldade de concentração, mas que gostam de desafios, atletismo e natação podem ser bons.
3- Perfeccionistas, concentrados e com autocontrole podem gostar da ginástica olímpica ou artística, artes marciais ou tênis.
4- Fortes e competitivos com boa forma física podem indicar esportes de combate.
Mas, de novo, nada é definitivo... crianças tímidas com dificuldades de desafiar outros vão se beneficiar muito com as artes marciais, porque ganharão autoestima e autoconfiança.
4- Natação é fundamental para todos, é uma questão de segurança
O bom é que pode começar aos 6 meses e ser um grande momento de interação com os pais.
Mas, o mínimo de conhecimento da natação pode evitar grandes tragédias.
Minha filha começou a nadar com 1 ano, nada até hoje, e é capaz de se manter fora da água sozinha por mais de 5 minutos. Ficamos mais tranquilos que a maioria dos pais em hotéis, clubes e passeios com a escola.
5- Não é toda criança que vai ser um atleta! Respeite a velocidade e desejo do seu filho.
Muitos pais ficam tão entusiasmados com a boa adaptação, dedicação e interesse dos (as) filhos (as) que imediatamente já sonham com as Olimpíadas. Aumentam a carga horária, colocam a criança em competições cedo demais... e frequentemente transforma um potencial esportista (ou até mesmo, atleta, por que não?) em um avesso à aquela atividade...
Outras dicas de como pensar no esporte ideal para cada criança podem ser encontradas em http://www.minhavida.com.br/familia/materias/3279-conheca-o-esporte-certo-para-cada-idade-do-seu-filho
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Todos querem que seus filhos sejam educados e gentis.
Mas será que os tratamos com educação e gentileza?
Vamos pensar juntos?
1- Ele (a) recebem um presente e não dizem obrigado (a)...
Quando ele (a) entrega um desenho, ou uma flor, ou uma pedra do parquinho, você agradece?
Quando ele atende uma solicitação sua ("traga o pente até a (o) mamãe/papai" ou "fale mais baixo") você agradece?
Explicar aos filhos (as) que é importante agradecer quando se "ganha" algo, seja um elogio, um presente ou um carinho é fundamental; mas MUITO MAIS IMPORTANTE É FAZER!
Nós pais somos a referência e modelo. Reveja os seus modos, você ensinará aos pequenos (as) e será mais educado também.
2- Por favor.
Voltamos ao ponto anterior. Quando você pede algo ao pequerrucho (a) você usa as palavrinhas mágicas". Você as usa com seu/sua parceiro (a) ou cônjuge? E com o garçom? E com o (a) faixineiro (a)? Nunca, diga para que seu/sua filho (a) fazer o que você não faz!
Não atenda pedidos se não ouvir as "palavrinhas mágicas".
Tenho orgulho de ter sido advertida pela minha filha por esquecê-las...
3- Preserve o espaço e pertences do (a) seu/sua filho (a)
Peça licença para entrar no quarto e bata na porta da criança, quando for interagir o com o corpo dele (a) ("com licença, vou limpar o seu nariz"... isso também é importante para ensina-lo (a) que o corpo é dele (a) e que qualquer ato em relação ao mesmo deve ser autorizado por ele (a)). O mesmo vale para dar um gole na água ou pegar um pedaço da comida dele(a).
Mas, não vale ter estas atitudes só com seu/sua filho(a)...
4- Palavrões...
Pense nos seus valores e da comunidade que você faz parte... Você é contra falar palavrões? Então, não os fale.
Quando entrei na fila de adoção imediatamente comecei a me policiar e ao meu marido.
Não foi fácil...mas ter trabalhado com uma pessoa que usava essas palavras "como se fossem vírgulas" e ter me incomodado com isso fez com que eu tomasse essa decisão.
5- Xingar e/ou adjetivar aos outros
Mostre o quanto é desagradável ser chamado por uma característica física ou comportamental... que há palavras que ofendem.
Lembre-se não vai adiantar usar esse discurso e durante a crise de birra dizer à criança "não seja birrenta (o), chorão (ona) ".
No fundo a mensagem é: quer ter um (a) filho (a) educado e gentil... Seja educado (a) e gentil!
Mas será que os tratamos com educação e gentileza?
Vamos pensar juntos?
1- Ele (a) recebem um presente e não dizem obrigado (a)...
Quando ele (a) entrega um desenho, ou uma flor, ou uma pedra do parquinho, você agradece?
Quando ele atende uma solicitação sua ("traga o pente até a (o) mamãe/papai" ou "fale mais baixo") você agradece?
Explicar aos filhos (as) que é importante agradecer quando se "ganha" algo, seja um elogio, um presente ou um carinho é fundamental; mas MUITO MAIS IMPORTANTE É FAZER!
Nós pais somos a referência e modelo. Reveja os seus modos, você ensinará aos pequenos (as) e será mais educado também.
2- Por favor.
Voltamos ao ponto anterior. Quando você pede algo ao pequerrucho (a) você usa as palavrinhas mágicas". Você as usa com seu/sua parceiro (a) ou cônjuge? E com o garçom? E com o (a) faixineiro (a)? Nunca, diga para que seu/sua filho (a) fazer o que você não faz!
Não atenda pedidos se não ouvir as "palavrinhas mágicas".
Tenho orgulho de ter sido advertida pela minha filha por esquecê-las...
3- Preserve o espaço e pertences do (a) seu/sua filho (a)
Peça licença para entrar no quarto e bata na porta da criança, quando for interagir o com o corpo dele (a) ("com licença, vou limpar o seu nariz"... isso também é importante para ensina-lo (a) que o corpo é dele (a) e que qualquer ato em relação ao mesmo deve ser autorizado por ele (a)). O mesmo vale para dar um gole na água ou pegar um pedaço da comida dele(a).
Mas, não vale ter estas atitudes só com seu/sua filho(a)...
4- Palavrões...
Pense nos seus valores e da comunidade que você faz parte... Você é contra falar palavrões? Então, não os fale.
Quando entrei na fila de adoção imediatamente comecei a me policiar e ao meu marido.
Não foi fácil...mas ter trabalhado com uma pessoa que usava essas palavras "como se fossem vírgulas" e ter me incomodado com isso fez com que eu tomasse essa decisão.
5- Xingar e/ou adjetivar aos outros
Mostre o quanto é desagradável ser chamado por uma característica física ou comportamental... que há palavras que ofendem.
Lembre-se não vai adiantar usar esse discurso e durante a crise de birra dizer à criança "não seja birrenta (o), chorão (ona) ".
No fundo a mensagem é: quer ter um (a) filho (a) educado e gentil... Seja educado (a) e gentil!
terça-feira, 25 de agosto de 2015
Uma das coisas que mais prezamos em casa é a Diversidade, negros, brancos, ruivos, judeus, japs (incluindo os chinas, tai...), hetero, homo, bi... nerds, geeks, hippies... carnívoros, onívoros, vegetarianos, veganos...
Mas como conversar sobre isso?
Minha receita tem sido conversar, mostrar situações reais em filmes e filminhos E... deixa para lá! Quando o assunto voltar à tona, voltamos ao filme e ao assunto.
Então encontrei formas de fazer isso com apoio da internet, e indico os sites abaixo:
Normal é ser diferente: http://www.grandespequeninos.com.br/
Meu novo amiguinho autista:http://www.youtube.com/watch?v=NnqdBzXmIBQ h
Adotar é tudo de bom!: http://gnt.globo.com/programas/familia-e-familia/videos/3708867.htm
Ser especial, não é ser diferente:http://gnt.globo.com/programas/familia-e-familia/videos/3708867.htm
E o que a Bia mais gosta: Esse menino é fantástico! SEM AS PERNAS!:http://mais.uol.com.br/view/t2pjn3videvl/sem-pernas-e-sem-lar-o-menino-que-comove-ronda-e-o-mundo-da-luta-04024D1C3866D8A95326?types=V&
Pai, sou menino e quero uma boneca: http://oglobo.globo.com/sociedade/menino-de-4-anos-pede-boneca-de-presente-pai-tem-reacao-incrivel-17285409
Mande para o blog símbolos de diversidade!
Mas como conversar sobre isso?
Minha receita tem sido conversar, mostrar situações reais em filmes e filminhos E... deixa para lá! Quando o assunto voltar à tona, voltamos ao filme e ao assunto.
Então encontrei formas de fazer isso com apoio da internet, e indico os sites abaixo:
Normal é ser diferente: http://www.grandespequeninos.com.br/
Meu novo amiguinho autista:http://www.youtube.com/watch?v=NnqdBzXmIBQ h
Adotar é tudo de bom!: http://gnt.globo.com/programas/familia-e-familia/videos/3708867.htm
Ser especial, não é ser diferente:http://gnt.globo.com/programas/familia-e-familia/videos/3708867.htm
E o que a Bia mais gosta: Esse menino é fantástico! SEM AS PERNAS!:http://mais.uol.com.br/view/t2pjn3videvl/sem-pernas-e-sem-lar-o-menino-que-comove-ronda-e-o-mundo-da-luta-04024D1C3866D8A95326?types=V&
Pai, sou menino e quero uma boneca: http://oglobo.globo.com/sociedade/menino-de-4-anos-pede-boneca-de-presente-pai-tem-reacao-incrivel-17285409
Mande para o blog símbolos de diversidade!
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Para vocês pediatras "tudo" é virose!!!!
Cansei de ouvir que para o pediatra "tudo" é virose... E que esperar 72 horas com a criança com febre em casa é um absurdo porque no final "vai precisar de antibiótico, mesmo"...
Então é melhor entender o que é virose e porque elas, na grande maioria das vezes, não precisam de "remédios"
Virose é o nome genérico de qualquer doenças causadas por vírus.
Qualquer vírus. O sincicial respiratório (responsável por bronquiolites), o influenza (gripe), o rotavírus (diarreia), o varicela zoster (catapora), sarampo, o da dengue, o da imunodeficiência humana (famoso HIV, responsável pela AIDS), herpes (da gengivoestomatite, aquela que enche a boquinha do bebê de aftas e é acompanhada de febre bem alta) só para começar...
O grande problema é que antes de termos capacidade técnica para nomear cada um dos vírus e as doenças que eles causam, nós pediatras, sempre usamos o "guarda-chuva" da expressão virose para qualquer febre, sem outros sintomas associados. Assim, vulgarizamos uma expressão e criamos um monstro!
A verdade sobre as famosas espera pelas 72 horas de febre
A maior parte das infecções, sejam causadas por vírus ou bactérias, se manifestam através da febre, e apenas depois de 24 a 72 horas, outros sinais e sintomas aparecem; nos permitindo diagnosticar o problema.
Como calcular as 72 horas?
Também é verdade que a maioria das infecções por vírus são benignas, auto-limitadas, ou seja, o organismo é capaz de reconhecer a agressão e responder à mesma em 7 a 10 dias, sem precisar de ajuda ("remédios").
Nossas avós sabiam disso e enfrentavam a situação sem dramas.
Mas, desde que começamos a usar medicamentos (mais especificamente antibióticos) criamos uma sociedade que deseja, com todas as forças, ter "remédio" para todas as coisas. E logicamente, "remédios" seguros, sem nenhum evento adverso e que ajam rapidamente!
Ah, só mais um parênteses: antibióticos são contra bactérias e não agem contra vírus, quando precisamos tratar alguma virose usamos antivirais!
Então os pais levam à criança febril ao pronto socorro, logo nas primeiras horas, e exigem diagnóstico e tratamento. Imediatamente!
E se o "incompetente" do (a) médico (a) não pedir radiografia e/ou outros exames, e pedir para que esperem as famosas 72 horas... Ele (a) não presta!
Mas temos de ter esta paciência para ver o que vem pela frente: vômitos e diarreia? obstrução nasal, tosse, chiado? coceira e lesões na pele?
Entenda que, eventualmente, podem aparecer sinais e sintomas de infecções bacterianas (otites, amigdalites, por exemplo) e antibióticos devem ser usados porque contra as bactérias raramente nosso organismo consegue responder sem ajuda ou sem prejudicar a nossa saúde de forma importante. E, não, não é culpa do (a) pediatra!
Como resolver a questão?
1- Vacinação: doenças que podem ser evitáveis, devem ser evitadas! Clique aqui para conhecer o calendário vacinal adequado, segundo as sociedades de pediatria.
2- Capriche na Educação Alimentar, na prática e exercícios físicos e em ficar ao ar livre. Crianças que tem uma alimentação saudável, praticam esportes e são expostos a luz solar e vento são mais resistentes às doenças. (Sei que é lugar comum, mas não custa lembrar).
3- No invernos, época em que as infecções respiratórias transmitidas por via respiratória (gripes, resfriados, etc), mantenha as janelas ABERTAS e o ambiente ventilado; isso reduz o risco de ganhar uma infecção.
4- Calma e paciência. Raras crianças vão passar pela infância sem resfriado, diarreia (tecnicamente gastroenterite), e a famosa gengivoestomatite.
5 - Logo na primeira visita com o (a) seu/sua pediatra acorde com o (a) profissional: o que fazer quando a criança apresentar febre? quando entrar em contato com ele (a) e assim por diante (veja o post sobre febre ). Assim a família estará preparada para esse momento, sem precisar transformar isso em crise, drama e ópera.
6- O mais importante neste período de espera e resolução não é comer! É beber! A criança vai perder a fome e ficar mais "chatinha", ninguém morre nesses 7-10 dias comendo pouco. Pode até perder um pouco de peso, mas esse será recuperado rapidamente. Mas sem líquidos acontece a desidratação, e essa pode ser rapidamente fatal. Ofereçam líquidos frequentemente e insistam no consumo deles.
(Em tempo: refrigerantes não são um dos líquidos que devam ser oferecidos. Vejam que dado horrível do IBGE no Brasil uma a cada três toma refrigerante antes dos 3 anos de idade. Leiam e entendam o tamanho do problema))
7- Não tenha medo de perguntar qualquer coisa ao seu/sua pediatra. Faça isso antes de tomar qualquer conduta (dar remédios, mudar alimentação...). Essa é a função dele (a) e foi por isso que ele (a) escolheram esta profissão.
Então é melhor entender o que é virose e porque elas, na grande maioria das vezes, não precisam de "remédios"
Virose é o nome genérico de qualquer doenças causadas por vírus.
Qualquer vírus. O sincicial respiratório (responsável por bronquiolites), o influenza (gripe), o rotavírus (diarreia), o varicela zoster (catapora), sarampo, o da dengue, o da imunodeficiência humana (famoso HIV, responsável pela AIDS), herpes (da gengivoestomatite, aquela que enche a boquinha do bebê de aftas e é acompanhada de febre bem alta) só para começar...
O grande problema é que antes de termos capacidade técnica para nomear cada um dos vírus e as doenças que eles causam, nós pediatras, sempre usamos o "guarda-chuva" da expressão virose para qualquer febre, sem outros sintomas associados. Assim, vulgarizamos uma expressão e criamos um monstro!
A maior parte das infecções, sejam causadas por vírus ou bactérias, se manifestam através da febre, e apenas depois de 24 a 72 horas, outros sinais e sintomas aparecem; nos permitindo diagnosticar o problema.
Como calcular as 72 horas?
Se a febre começou as 8 horas do sábado esta é a hora zero, e dia zero. Às 8 horas da manhã de domingo, completa as primeiras 24 horas, e o primeiro dia. Na segunda-feira às 8 horas, temos 48 horas, o segundo dia. E na terça-feira se após às 8 horas a febre persistir, ligue para o seu/sua pediatra e pergunte se ele (a) pode atender seu/sua filho (a) e se não aonde levá-lo (a)
Nossas avós sabiam disso e enfrentavam a situação sem dramas.
Mas, desde que começamos a usar medicamentos (mais especificamente antibióticos) criamos uma sociedade que deseja, com todas as forças, ter "remédio" para todas as coisas. E logicamente, "remédios" seguros, sem nenhum evento adverso e que ajam rapidamente!
Ah, só mais um parênteses: antibióticos são contra bactérias e não agem contra vírus, quando precisamos tratar alguma virose usamos antivirais!
Então os pais levam à criança febril ao pronto socorro, logo nas primeiras horas, e exigem diagnóstico e tratamento. Imediatamente!
E se o "incompetente" do (a) médico (a) não pedir radiografia e/ou outros exames, e pedir para que esperem as famosas 72 horas... Ele (a) não presta!
Mas temos de ter esta paciência para ver o que vem pela frente: vômitos e diarreia? obstrução nasal, tosse, chiado? coceira e lesões na pele?
Entenda que, eventualmente, podem aparecer sinais e sintomas de infecções bacterianas (otites, amigdalites, por exemplo) e antibióticos devem ser usados porque contra as bactérias raramente nosso organismo consegue responder sem ajuda ou sem prejudicar a nossa saúde de forma importante. E, não, não é culpa do (a) pediatra!
Como resolver a questão?
1- Vacinação: doenças que podem ser evitáveis, devem ser evitadas! Clique aqui para conhecer o calendário vacinal adequado, segundo as sociedades de pediatria.
2- Capriche na Educação Alimentar, na prática e exercícios físicos e em ficar ao ar livre. Crianças que tem uma alimentação saudável, praticam esportes e são expostos a luz solar e vento são mais resistentes às doenças. (Sei que é lugar comum, mas não custa lembrar).
3- No invernos, época em que as infecções respiratórias transmitidas por via respiratória (gripes, resfriados, etc), mantenha as janelas ABERTAS e o ambiente ventilado; isso reduz o risco de ganhar uma infecção.
4- Calma e paciência. Raras crianças vão passar pela infância sem resfriado, diarreia (tecnicamente gastroenterite), e a famosa gengivoestomatite.
5 - Logo na primeira visita com o (a) seu/sua pediatra acorde com o (a) profissional: o que fazer quando a criança apresentar febre? quando entrar em contato com ele (a) e assim por diante (veja o post sobre febre ). Assim a família estará preparada para esse momento, sem precisar transformar isso em crise, drama e ópera.
6- O mais importante neste período de espera e resolução não é comer! É beber! A criança vai perder a fome e ficar mais "chatinha", ninguém morre nesses 7-10 dias comendo pouco. Pode até perder um pouco de peso, mas esse será recuperado rapidamente. Mas sem líquidos acontece a desidratação, e essa pode ser rapidamente fatal. Ofereçam líquidos frequentemente e insistam no consumo deles.
(Em tempo: refrigerantes não são um dos líquidos que devam ser oferecidos. Vejam que dado horrível do IBGE no Brasil uma a cada três toma refrigerante antes dos 3 anos de idade. Leiam e entendam o tamanho do problema))
7- Não tenha medo de perguntar qualquer coisa ao seu/sua pediatra. Faça isso antes de tomar qualquer conduta (dar remédios, mudar alimentação...). Essa é a função dele (a) e foi por isso que ele (a) escolheram esta profissão.
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