domingo, 29 de novembro de 2015

Porque é tão difícil falar sobre a morte? Mas é muito necessário!

A Morte é a única certeza da Vida... mas, nós adultos não sabemos lidar com ela e não sabemos ensinar os nossos filhos a entendê-la...
Quando esse assunto surge em rodas de mães/pais vejo a perplexidade de todos quando defendo que a criança não deve ser "poupada" e que expressões como "virou estrela/anjinho", e pior, "está dormindo para sempre" são péssimas.
Explico: são expressões que não explicam que o ser amado partiu para sempre e dá a falsa ideia que um dia ele (a) pode voltar. Isso é ruim? Sim! A criança pode achar que o ser amado não voltou porque ela não merece, ou fez algo errado... E essa culpa ninguém merece!

Quando falar sobre a morte com a criança? Quando ela acontece. No desenho animado, do bichinho de estimação, ou de um familiar.
Sejamos claros com elas. E temos de dizer que isso pode gerar sofrimento e que não é errado sofrer.Se sentir triste, assustado, abandonado é normal, e não precisa ser escondido de ninguém. Falar sobre os sentimentos ajuda muito, mas como o exemplo é o melhor professor, nós - adultos - devemos ser claros e transparentes sobre os nossos sentimentos.

Temos de ser claros: tudo que está vivo um dia vai morrer. Ao contrário do que acontece nos desenhos animados, a morte é para sempre. Se as nossas crenças pessoais incluem a vida pós a morte não é errado dizê-lo, mas é útil dizer que nem todos acreditam nisso. O (a) seu (sua) filho (a) vive em sociedade e se um (a) amiguinho (a) dizer algo diferente ele (a) tem de aceitar que há outras formas de aceitar.

Se a morte for de alguém próximo sugiro permitir que a criança participe dos rituais de velório, enterro e/ou da cremação. Isso ajuda a tornar a situação mais real. Explique para a criança o que vai acontecer e se ela quer participar dessa "despedida".

Não deixe de falar daquele que partiu. Mas sempre fale no passado. Não dê a falsa impressão de que o ser amado vai voltar, isso pode gerar uma fantasia, angústia e expectativa. Pode ser útil fazer um álbum, ou uma caixa, de memórias. Ajuda a criança a entender que as lembranças e memórias estarão sempre por perto e que não é errado querer se lembrar.

Se algum ente querido estiver seriamente doente e a morte for inevitável, prepare a criança para o fato. Não deixe que seja uma surpresa. Se possível faça com a criança participe do processo, vivencie e possa aos poucos se organizar internamente para isso.

Se o assunto é muito difícil para você há alguns livros que podem ajudar a ambos (você e seu/sua filho (a)) a entender melhor a questão.