sábado, 29 de agosto de 2015

Cada um tem um esporte para chamar de seu... Qual é a do (a) seu/sua filho (a)?

A atividade física  e o esporte são importantes para o desenvolvimento da coordenação e da motricidade, para a criança aprender a colaborar e dividir.
Mas, qual o esporte ideal para cada criança?
1- Se livre dos seus preconceitos antes de pensar no assunto
Meninas devem fazer Ballet, ginástica rítmica, ginástica olímpica, eventualmente natação (não muito para não ficar com os ombros largos) ou atletismo "leve"? Meninos devem fazer futebol, esportes de combate ou atletismo "pesado"?
Esqueça! O mundo é outro há muito tempo... Meninos podem ser ginastas olímpicos e meninas podem jogar futebol... O mais importante é que as crianças gostem do que estão fazendo, e saber que com o tempo elas podem "desgostar" daquela atividade e querer fazer outra.
Vejam o depoimento desta mãe, professora de educação física, sobre as escolhas de esportes quando ela era pequena e depois dos filhos: http://kilorias.band.uol.com.br/aprendendo-a-escolher-o-esporte-do-seu-filho/
2- A criança tem algum problema de saúde?
Não é impeditivo, mas se a criança tem algum problema de saúde o esporte e a atividade física devem ser adequados as limitações físicas e/ou cognitivas dela. Se a criança tem problemas auditivos pode ser frustrante tentar praticar um esporte que dependa de ritmo como a ginástica artística. O mesmo vale para dificuldades visuais, respiratórias ou físicas. É importante observar que NADA é impeditivo, mas vai depender da capacidade da criança lidar com frustrações e de desejar desafios. Veja o exemplo de Nick Vujicic
Mas, nem toda criança tem um temperamento de enfrentamento e forçar a barra só pode gerar um sentimento de imperfeição, bastante indesejável. A atividade física tem de ser prazerosa e respeitar os limites de cada indivíduo.
3- Qual a personalidade do seu/sua filho (a)
Ele (a) tem boa coordenação motora? Gosta de atividades em grupo, ou prefere brincar sozinho (a)? É agressivo (a) ou tímido (a)?  É inquieto (a) ou agitado (a)? 
Especialistas dizem que:
1- Para crianças coordenadas e/ou sociáveis, esportes coletivos podem ser mais adequados
2- Inquietas, ansiosas ou com dificuldade de concentração, mas que gostam de desafios, atletismo e natação podem ser bons.
3- Perfeccionistas, concentrados e com autocontrole podem gostar da ginástica olímpica ou artística, artes marciais ou tênis.
4- Fortes e competitivos com boa forma física podem indicar esportes de combate.
Mas, de novo, nada é definitivo... crianças tímidas com dificuldades de desafiar outros vão se beneficiar muito com as artes marciais, porque ganharão autoestima e autoconfiança.
4- Natação é fundamental para todos, é uma questão de segurança
O bom é que pode começar aos 6 meses e ser um grande momento de interação com os pais. 
Mas, o mínimo de conhecimento da natação pode evitar grandes tragédias.
Minha filha começou a nadar com 1 ano, nada até hoje, e é capaz de se manter fora da água sozinha por mais de 5 minutos. Ficamos mais tranquilos que a maioria dos pais em hotéis, clubes e passeios com a escola.
5- Não é toda criança que vai ser um atleta! Respeite a velocidade e desejo do seu filho.
Muitos pais ficam tão entusiasmados com a boa adaptação, dedicação e interesse dos (as) filhos (as) que imediatamente já sonham com as Olimpíadas. Aumentam a carga horária, colocam a criança em competições cedo demais... e frequentemente transforma um potencial esportista (ou até mesmo, atleta, por que não?) em um avesso à aquela atividade...
Outras dicas de como pensar no esporte ideal para cada criança podem ser encontradas em http://www.minhavida.com.br/familia/materias/3279-conheca-o-esporte-certo-para-cada-idade-do-seu-filho

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Todos querem que seus filhos sejam educados e gentis.
Mas será que os tratamos com educação e gentileza?
Vamos pensar juntos?
1- Ele (a) recebem um presente e não dizem obrigado (a)...
Quando ele (a) entrega um desenho, ou uma flor, ou uma pedra do parquinho, você agradece?
Quando ele atende uma solicitação sua ("traga o pente até a (o) mamãe/papai" ou "fale mais baixo")  você agradece?
Explicar aos filhos (as) que é importante agradecer quando se "ganha" algo, seja um elogio, um presente ou um carinho é fundamental; mas MUITO MAIS IMPORTANTE É FAZER!
Nós pais somos a referência e modelo. Reveja os seus modos, você ensinará aos pequenos (as) e será mais educado também.
2- Por favor.
Voltamos ao ponto anterior. Quando você pede algo ao pequerrucho (a) você usa as palavrinhas mágicas". Você as usa com seu/sua parceiro (a) ou cônjuge? E com o garçom? E com o (a) faixineiro (a)? Nunca, diga para que seu/sua filho (a) fazer o que você não faz!
Não atenda pedidos se não ouvir as "palavrinhas mágicas".
Tenho orgulho de ter sido advertida pela minha filha por esquecê-las...
3- Preserve o espaço e pertences do (a) seu/sua filho (a)
Peça licença para entrar no quarto e bata na porta da criança, quando for interagir o com o corpo dele (a) ("com licença, vou limpar o seu nariz"... isso também é importante para ensina-lo (a) que o corpo é dele (a) e que qualquer ato em relação ao mesmo deve ser autorizado por ele (a)). O mesmo vale para dar um gole na água ou pegar um pedaço da comida dele(a).
Mas, não vale ter estas atitudes só com seu/sua filho(a)...
4- Palavrões...
Pense nos seus valores e da comunidade que você faz parte... Você é contra falar palavrões? Então, não os fale.
Quando entrei na fila de adoção imediatamente comecei a me policiar e ao meu marido.
Não foi fácil...mas ter trabalhado com uma pessoa que usava essas palavras "como se fossem vírgulas" e ter me incomodado com isso fez com que eu tomasse essa decisão.
5- Xingar e/ou adjetivar aos outros
Mostre o quanto é desagradável ser chamado por uma característica física ou comportamental... que há palavras que ofendem. 
Lembre-se não vai adiantar usar esse discurso e durante a crise de birra dizer à criança "não seja birrenta (o), chorão (ona) ".
No fundo a mensagem é:  quer ter um (a) filho (a) educado e gentil... Seja educado (a) e gentil!  
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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Uma das coisas que mais prezamos em casa é a Diversidade, negros, brancos, ruivos, judeus, japs (incluindo os chinas, tai...), hetero, homo, bi... nerds, geeks, hippies... carnívoros, onívoros, vegetarianos, veganos... 
Mas como conversar sobre isso? 
Minha receita tem sido conversar, mostrar situações reais em filmes e  filminhos E... deixa para lá! Quando o assunto voltar à tona, voltamos ao filme e ao assunto. 
Então encontrei formas de fazer isso com apoio da internet, e indico os sites abaixo:
Normal é ser diferente: http://www.grandespequeninos.com.br/
Meu novo amiguinho autista:http://www.youtube.com/watch?v=NnqdBzXmIBQ h
Adotar é tudo de bom!: http://gnt.globo.com/programas/familia-e-familia/videos/3708867.htm
Ser especial, não é ser diferente:http://gnt.globo.com/programas/familia-e-familia/videos/3708867.htm
E o que a Bia mais gosta: Esse menino é fantástico! SEM AS PERNAS!:http://mais.uol.com.br/view/t2pjn3videvl/sem-pernas-e-sem-lar-o-menino-que-comove-ronda-e-o-mundo-da-luta-04024D1C3866D8A95326?types=V&
Pai, sou menino e quero uma boneca: http://oglobo.globo.com/sociedade/menino-de-4-anos-pede-boneca-de-presente-pai-tem-reacao-incrivel-17285409
Mande para o blog símbolos de diversidade!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Para vocês pediatras "tudo" é virose!!!!

Cansei de ouvir que para o pediatra "tudo" é virose... E que esperar 72 horas com a criança com febre em casa é um absurdo porque no final "vai precisar de antibiótico, mesmo"...
Então é melhor entender o que é virose e porque elas, na grande maioria das vezes, não precisam de "remédios"
Virose é o nome genérico de qualquer doenças causadas por vírus. 
Qualquer vírus. O sincicial respiratório (responsável por bronquiolites), o influenza (gripe), o rotavírus (diarreia), o varicela zoster (catapora), sarampo, o da dengue, o da imunodeficiência humana (famoso HIV, responsável pela AIDS), herpes (da gengivoestomatite, aquela que enche a boquinha do bebê de aftas e é acompanhada de febre bem alta) só para começar...
O grande problema é que antes de termos capacidade técnica para nomear cada um dos vírus e as doenças que eles causam, nós pediatras, sempre usamos o "guarda-chuva" da expressão virose para qualquer febre, sem outros sintomas associados. Assim, vulgarizamos uma expressão e criamos um monstro!
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A verdade sobre as famosas espera pelas 72 horas de febre
A maior parte das infecções, sejam causadas por vírus ou bactérias, se manifestam através da febre, e apenas depois de 24 a 72 horas, outros sinais e sintomas aparecem; nos permitindo diagnosticar o problema.
Como calcular as 72 horas?


Se a febre começou as 8 horas do sábado esta é a hora zero, e dia zero. Às 8 horas da manhã de domingo, completa as primeiras 24 horas, e o primeiro dia. Na segunda-feira às 8 horas, temos 48 horas, o segundo dia. E na terça-feira se após às 8 horas a febre persistir, ligue para o seu/sua pediatra e pergunte se ele (a) pode atender seu/sua filho (a) e se não aonde levá-lo (a)
Também é verdade que a maioria das infecções por vírus são benignas, auto-limitadas, ou seja, o organismo é capaz de reconhecer a agressão e responder à mesma em 7 a 10 dias, sem precisar de ajuda ("remédios").
Nossas avós sabiam disso e enfrentavam a situação sem dramas.
Mas, desde que começamos a usar medicamentos (mais especificamente antibióticos) criamos uma sociedade que deseja, com todas as forças, ter "remédio" para todas as coisas. E logicamente, "remédios" seguros, sem nenhum evento adverso e que ajam rapidamente!
Ah, só mais um parênteses: antibióticos são contra bactérias e não agem contra vírus, quando precisamos tratar alguma virose usamos antivirais!
Então os pais levam à criança febril ao pronto socorro, logo nas primeiras horas, e exigem diagnóstico e tratamento. Imediatamente!
E se o "incompetente" do (a) médico (a) não pedir radiografia e/ou outros exames, e pedir para que esperem as famosas 72 horas... Ele (a) não presta!
Mas temos de ter esta paciência para ver o que vem pela frente: vômitos e diarreia? obstrução nasal, tosse, chiado? coceira e lesões na pele?
Entenda que, eventualmente, podem aparecer sinais e sintomas de infecções bacterianas (otites, amigdalites, por exemplo) e antibióticos devem ser usados porque contra as bactérias raramente nosso organismo consegue responder sem ajuda ou sem prejudicar a nossa saúde de forma importante. E, não, não é culpa do (a) pediatra!
Como resolver a questão?
1- Vacinação: doenças que podem ser evitáveis, devem ser evitadas! Clique aqui para conhecer o calendário vacinal adequado, segundo as sociedades de pediatria.
2- Capriche na Educação Alimentar, na prática e exercícios físicos e em ficar ao ar livre. Crianças que tem uma alimentação saudável, praticam esportes e são expostos a luz solar e vento são mais resistentes às doenças. (Sei que é lugar comum, mas não custa lembrar).
3- No invernos, época em que as infecções respiratórias transmitidas por via respiratória (gripes, resfriados, etc), mantenha as janelas ABERTAS e o ambiente ventilado; isso reduz o risco de ganhar uma infecção.
4- Calma e paciência. Raras crianças vão passar pela infância sem resfriado, diarreia (tecnicamente gastroenterite), e a famosa gengivoestomatite.
5 - Logo na primeira visita com o (a) seu/sua pediatra acorde com o (a) profissional: o que fazer quando a criança apresentar febre? quando entrar em contato com ele (a) e assim por diante (veja o post sobre febre ). Assim a família estará preparada para esse momento, sem precisar transformar isso em crise, drama e ópera.
6- O mais importante neste período de espera e resolução não é comer! É beber! A criança vai perder a fome e ficar mais "chatinha", ninguém morre nesses 7-10 dias comendo pouco. Pode até perder um pouco de peso, mas esse será recuperado rapidamente. Mas sem líquidos acontece a desidratação, e essa pode ser rapidamente fatal. Ofereçam líquidos frequentemente e insistam no consumo deles.
(Em tempo: refrigerantes não são um dos líquidos que devam ser oferecidos. Vejam que dado horrível do IBGE no Brasil uma a cada três toma refrigerante antes dos 3 anos de idade. Leiam e entendam o tamanho do problema))
7- Não tenha medo de perguntar qualquer coisa ao seu/sua pediatra. Faça isso antes de tomar qualquer conduta (dar remédios, mudar alimentação...). Essa é a função dele (a) e foi por isso que ele (a) escolheram esta profissão.


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Moda, roupas e ídolos! Isso também faz parte da vida dos nossos filhos!

A forma como nos vestimos expressa a nossa individualidade. Basta ver as fotos abaixo e você vai entender qual a "praia" ou "tribo" pertence.

Com as crianças isso também é verdade. Por volta dos 4 anos, os pequenos já querem se vestir sozinhos e escolher suas roupas.
Pesquisa feita pela Universidade de São Paulo, no Brasil, a moda para as crianças não é "escolher um look" ou reproduzir as passarelas, para os pequenos é uma forma de conhecer melhor o seu corpo e seus gostos, ainda em formação. As escolhas das crianças refletem as regras da comunidade que elas se inserem e as regras de conduta que estão sendo comunicadas a ela. Esses fatores são a base do comportamento, valores e gostos das pessoas.

Minha experiência pessoal sobre identificação com ídolos/personagens
Os personagens de histórias, filmes, desenhos, livros e os ídolos/personalidades que as crianças passam a admirar influenciam essas escolhas e os comportamentos das crianças. 
Minha filha Beatriz passou a querer bater com bonecos nas pessoas e chama-las pelas suas características físicas... Mas, como? Ela nunca observou este comportamento na escola e/ou em casa... E então, eu descobri! Os desenhos animados da Turma da Mônica! Foi uma surpresa, os personagens do Maurício de Souza f(um cara que considero gênial, sou grande admiradora do seu trabalho) foram parte da minha vida, a vida inteira e eu não tinha observado o contexto:
- A Mônica resolve tudo agredindo os colegas;
- O Cebolinha ofende a Mônica verbalmente o tempo todo (Gorducha, dentuça...)...
Com 3 anos a minha filha não estava pronta para entender o contexto e relativiza-lo... Então, assisti os filminhos com ela indicando como os comportamentos eram errados. Depois aos poucos fui trocando os desenhos para aqueles que falavam sobre o valor da amizade, da boa educação e etc... 
Quando a minha ficar mais velha e mais madura vai voltar a assistir a Turma da Mônica, mas com ferramentas emocionais suficientes para fazer julgamentos, entender contextos, fazer escolhas e reproduzir - ou não - comportamentos.
Ainda bem que hoje em dia podemos usar a tecnologia para apresentar e permitir o acesso às informações! Como será que faziam quando só tínhamos a televisão?

Primeiro temos de ajudar os nossos filhos a aprender a se vestir:

  • Inicialmente escolha roupas com elásticos e velcros; deixe zíperes, botões e cardaços para depois;
  • Coloque as roupas sobre a cama na ordem que elas devem ser vestidas, ajuda a entender a sequência;
  • Escolha calcinhas e/ou cuecas com faixas contrastantes na cintura e/ou pernas. Ajuda a criança a acertar os buracos!
  • Ensine (em tom de segredo só entre vocês) truques como, por exemplo, deixar a etiqueta sempre para trás, que as estampas das camisetas ficam para frente, o fecho do sapato para o lado de fora e o biquinho dele mostra aonde tem de estar o "dedão".
  • Estimule e NÃO REPREENDA quando eles errarem. Faça uma piada e mostre como colocar a roupa corretamente. (Seu maluquinho.... risos...que engraçada essa ideia de colocar as duas pernas no mesmo buraco das calças, mas acho que vai ser difícil passar o dia pulando igual ao saci... vamos arrumar?)

Navegando na internet encontrei uma mãe corajosa em relação a esse assunto: ela deixou que o filho escolhesse a roupa que ela iria usar! Veja o resultado clicando aqui 

Ok, permitir que a criança se expresse pela sua forma de se vestir é uma forma de estimular a individualidade e a independência, mas na vida prática...
Como fazer para a sua filha não sair vestida de short jeans, botas de chuva cor de rosa e a camisola da pequena sereia  de alcinhas em um dia super frio? Ou seu filho não ir a um casamento vestido de Hulk?

  • Escolha algumas peças, adequadas ao clima e a ocasião, e deixe que a criança escolha qual delas quer usar. Cuidado para não dar opções demais. Um bom número são 2 ou 3 camisetas, 2 ou 3 calças/shorts/saias, 2 ou 3 calcinhas/cuecas, 2 ou 3 sapatos... 
  • Explique enquanto separa porque esta escolhendo essas peças. ("Hoje está um frio congelante, temos de escolher roupas bem quentinhas.")
  • Aceite as escolhas estranhas de vez em quando... não faz mal ir a um restaurante vestida de Branca de Neve ou vestido de Homem de Ferro! (Você também não adoraria se divertir assim?) A fantasia e o faz-de-conta são essenciais para desenvolver a imaginação.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Meu pediatra é demais! Mas, como encontrar este super herói?

Tudo bem... Meu pediatra, doutor Boldrini, já se foi... E deixou tanta saudade que há um hospital filantrópico com seu nome (conheçam e apoiem). que atende oncologia e hematologia infantil...
Mas, quando falo "meu pediatra" hoje em dia me refiro ao Márcio Moreira, o "tio Márcio" da Bia...
A escolha do pediatra foi fácil para mim... Sou pediatra, conheci o Márcio ainda na faculdade, e o vi ser pediatra de muitas famílias amigas... Porém, quem não tem essa sorte/facilidade? Como escolher o pediatra ideal?

Primeira regra: Pediatra é igual a escola, vai depender do que a família espera e como ela quer ser atendida ou se relacionar com o profissional.
1- FUNDAMENTAL: ótima formação acadêmica. Entre na internet e consulte: aonde fez faculdade? aonde fez residência? tem título de especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria?(Se você é de outro país, procure o equivalente). Tem sub-especialidade ou outra titulação acadêmica (mestrado, etc...)? Ele (a) é citado em algum site (revista sobre crianças, revista especializada para médicos, congressos...)? Faz parte de alguma equipe pediátrica de algum hospital que você confia? Pode não ser o fator determinante, mas é um indicador de qualidade.
2- INDISPENSÁVEL EMPATIA: ele (a) tem o seu estilo? Vocês (pai e mãe, mãe e mãe, pai e pai, ou qualquer outra conformação familiar) precisam de explicações nos "mínimos detalhes" ou apenas quer saber o que e como fazer sem muito "blablablá"? Vocês acreditam e segue homeopatia, medicina antroposófica, chinesa? Se vocês são vegetarianos (as), veganos (as), macrobióticos (as) esse (a) profissional é capaz de se adaptar e orientar nestas escolhas para o sue filho (a)?
Pergunte no que ele (a) acredita sobre: aleitamento materno, circuncisão, dormir com os pais, responder ao choro, alimentação, uso de medicamentos para febre ou infecções... Combina com as crenças da sua família? 
Em segundo lugar: Acessibilidade
1- Aonde é o consultório? Vocês usam transporte público: há alternativas para chegar ao consultório?Vocês são adeptos do ciclismo: é fácil e seguro ir de bicicleta, com uma criança, até lá? Vocês usam carro: tem estacionamento?
2- Horários de atendimento? Se vocês não têm horários de trabalho flexíveis, esse (a) profissional atende após o horário comercial ou aos finais de semana?

3- Disponibilidade: você terão acesso ao celular, whatsapp do (a) profissional? Ele (a) tem uma outra pessoa que o (a) cubra durante as férias?  Atende pelo seu convênio ou o valor do sue reembolso é adequado ao valor da consulta?  
Historinha: Quando eu atendia uma vez ouvi: "como assim, você vai tirar férias? E se acontecer alguma coisa, como eu fico?" Bem, esta mesma pessoa, em um feriado, apesar de ter o nome da colega que iria me cobrir e indicação de pronto socorro para urgências, conseguiu achar o telefone dos meus pais e obter deles o telefone da casa da minha avó em Minas Gerais.... e disse que não tinha usado o celular ou o bip (velha esta história) com medo que eu não atendesse!
Dica: respeite o seu/sua médico (a), ele (a) é gente, como você!
4- Hospital de referência indicado pelo profissional: Dê preferência a profissionais que acompanhem seus pacientes quando eles são hospitalizados e pergunte sobre o credenciamento dele (a) nos hospitais da região. As mesmas perguntas do item 1 e as de ordem econômica/financeira do item 2 devem ser consideradas.
 Quando escolher? O que mais considerar?
1- Se você está grávida procure uma consulta pré-natal, por volta da 30ª - 32ª semana (assim você pode avaliar com calma vários profissionais). Se você vai adotar, assim que você for considerado apto pelo poder público a entrar no cadastro de potenciais famílias adotantes.
2- Na consulta pré-natal vocês foram bem atendidos? As respostas às suas questões foram claras? O consultório estava adaptado aos pequenos (brinquedos, livros, área de espera, água facilmente acessível)? 
3- Se você não é médico ou tem médicos na família (nesse caso ouça seu familiar), converse com os amigos, peça indicações e pergunte porque gostam daquele profissional. Se você tem médicos de confiança, pergunte a eles.
Por último, se no meio do caminho não deu certo... Troque! Essa é uma relação de confiança que tem de ser muito forte!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

FEBRE e agora? Vamos acabar com a "febrefobia"?

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O que é febre?
Febre é elevação da temperatura do corpo, acima do dos valores normais.
Mas quais são os valores normais?
Se fizermos uma "enquete" a grande maioria das pessoas responderiam que é 37ºC. Mas, isso não é uma verdade absoluta, a temperatura normal depende:
  • da idade da criança: até um ano (o chamado lactente) a temperatura da criança é maior do que a do adulto, à partir daí ela diminui e se aproxima da do adulto.
  • sexo: a temperatura é mais alta nas mulheres e se altera de acordo com o ciclo menstrual.
  • horário: às 3 horas da manhã observamos a temperatura mais baixa do dia e alcançamos a mais alta por volta das 17 horas. Essa diferença já é observada aos 6 meses de idade (+ 0,5ºC), aumenta à partir dos 2 anos e chega a diferenças maiores aos 6 anos (0,9 - 1,1ºC)
  • atividade física intensa
  • lugar da medição: temperatura retal é maior do que a bucal, que é maior do que a axilar.
Então, não há temperatura normal e sim uma faixa de temperatura normal.

Febre: amiga ou inimiga?
Desde o século passado vivemos uma "fobia da febre" que leva ao diagnóstico errôneo, uso excessivo de medicamentos e pior, estresse dos pais e/ou cuidadores. Então vamos comparar:

O que devo fazer? Correr para o hospital? Ligar para o pediatra? 
Gritar "eu quero a minha mãe?
1- Tenha certeza que seu filho está com febre... Cansei de atender o que chamo de "síndrome da criança no forno e mãe/pai inexperientes": crianças (especialmente as menores de 6 meses) super agasalhadas! Geralmente enroladas em cobertores (porque iam sair ao ar livre e poderiam "se resfriar", e "criança sente mais frio que adulto"...). Então observe a roupa que você está usando e deixe a criança com a mesma quantidade e "estilo", só depois de uns 15 minutos assim, faça a nova medição.
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2- Mantenha a criança em um lugar arejado e bem ventilado. Ela pode ser mantida ao ar livre, evite exposição ao sol (aumenta a temperatura corpórea)
3- Não agasalhe, nem dispa a criança. Deixe-a com as roupas adequadas para a temperatura ambiente. 
4- Se ela disser que está com frio, a conforte com um cobertor
5- Líquidos devem ser oferecidos com freqüência. Insista! Mas, não o suficiente para incomodar seu (sua) filho (a). Ele está desconfortável e não merece "blábláblá"
6- Ofereça alimentação normalmente, respeite o apetite da criança. Febre reduz a fome... Mas, usar um antitérmico não vai mudar esta situação.
7- Banho pode ajudar e confortar algumas crianças, mas observe, se a criança se queixar de desconforto, tremores e arrepios: tire-o já daí! NUNCA coloque álcool na água do banho, eu sei que dá um efeito "geladinho" que parece agradável, mas quando o álcool evapora ele aumenta a temperatura do corpo!
Quando devo dar antitérmicos?
1- Os consensos pediátricos e de infectologistas indicam usá-lo à partir de 38,2ºC. Mas, eu pessoalmente não costumo ser radical... se a criança manifestar visível desconforto, ou dor, e reclamar, vá em frente!
2- Qual usar, como? Converse com o seu (sua) pediatra e peça as orientações em relação a isso. Aproveite e já combine com ele (a) quando você deve acioná-lo (a).
Mas, se eu não der remédio... meu/minha filho (a) vai convulsionar!
E se convulsionar pode ficar com problemas pela vida toda!
MITO
1- Usar antitérmico não reduz o risco de convulsão febril...
2- A convulsão febril não acontece em todas as crianças, e sim em uma minoria delas. (depende da genética). Ela só ocorre entre 6 meses e 6 anos de vida, e nas primeiras 24 horas de febre, geralmente não volta a acontecer nos dias (e febres) seguintes. (Se a criança convulsionar antes ou depois dessa faixa e estiver com febre: vá imediatamente para o pronto socorro.)
3- A convulsão febril na grande maioria das vezes é benigna, ou seja, não deixa sequelas (problemas), não mata, não afeta a inteligência ou desenvolvimento da criança. Quem teve convulsão febril não vira um epiléptico.
4- Geralmente acontece apenas uma vez na vida da criança, mas pode ser mais frequente naquelas em que a primeira vez aconteceu antes do 1º ano de vida.
5- Aprenda mais sobre convulsão febril e como atendê-la com a Sociedade Paulista de Pediatria
Bandeira vermelha: quando correr para o Pronto Socorro 
e/ou ligar imediatamente para o (a) pediatra?
1- Febre em bebês menores de 3 meses, especialmente recém nascidos.
2- Temperaturas superiores a 39,4º C, especialmente se associada a calafrios
3- Quando a criança ficar muito "caidinha", devagar (sem responder a estímulos) ou muito irritada, pálida ou com a pele cheia de manchinhas avermelhadas
4- Febre por mais de 3 dias (72 horas). 
Como contar 3 dias ou 72 horas? Se a febre começou as 8 horas do sábado esta é a hora zero, e dia zero. Às 8 horas da manhã de domingo, completa as primeiras 24 horas, e o primeiro dia. Na segunda-feira às 8 horas, temos 48 horas, o segundo dia. E na terça-feira se após às 8 horas a febre persistir, ligue para o seu/sua pediatra e pergunte se ele (a) pode atender seu/sua filho (a) e se não aonde levá-lo (a)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

BIRRA: Quem já não perdeu a paciência?

O que são as birras?
As birras são a forma da criança manifestar a dificuldade de lidar com frustrações, normal e parte do processo de amadurecimento emocional.
Geralmente começam entre 2 e 3 anos (famosa faixa etária "os terríveis dois anos" ou a "primeira adolescência") quando a criança quer ser independente e ter tudo, ao mesmo tempo e agora. Quando não atendidas, choram e gritam, às vezes se jogam ou jogam objetos, batem a cabeça no chão, entre outros comportamentos.
Essa é fase da vida em que a criança quer começar a ser independente e se sente frustada ao não conseguir o que deseja. Se você prestar a atenção depois de descarregar a frustração com a qual ela não consegue lidar e não sabe como expressar  a criança volta a ser doce e carinhoso, como se nada tivesse acontecido.
Por que eu me sinto tão mal? 
O desespero é perceber que a criança carinhosa e brincalhona tem momentos de intolerância e impaciência, mesmo frente a solicitações e/ou coisas que ele antes fazia tranquilamente.
E quando a cena se desenrola em locais públicos, na frente de outras pessoas? Todo pai/mãe sente que é uma demonstração da sua incompetência como educador, não se culpe, se lembre que - em maior ou menor proporção - todos que tem filhos passam por isso.

Em primeiro lugar: se prepare para lidar com a birra

Li uma frase de uma educadora que é excelente "a birra é passageira... você já viu algum adulto esperneando no chão do supermercado? mantenha calma, respire fundo, essa fase vai passar".
Içame Tiba (Seja feliz, meu filho. São Paulo: Integrare Editora, 2006.) ensinava que os pais que dizem não, mas cedem frente a insistência dos filhos ensinam que o não pode ser transformar em sim, desde que ele (a) insista. Essa insistência pode durar 1 segundo ou horas, não é não.
Esse é o momento de começar a estabelecer limites e fazer com a criança ganhe ferramentas emocionais para lidar com a sensação de frustração quando algo não ocorre quando e como ela quer. Esse aprendizado será valioso pelo resto da vida, saber ser tolerante, paciente, saber o que fazer ou dizer, distinguir o que é seu (objeto ou espaço) tornará o (a) seu (sua) filho (a) mais apto a ser feliz e capaz de viver em sociedade.
Ser firme é fundamental para não ter um "pequeno ditador" em casa, isso vale para esta faixa etária e para a adolescência, aonde o comportamento volta a aparecer (com outras cores: bater a porta, dizer que você é um bruxo/bruxa, que vai sair de casa, e etc)

Como reagir? 
1-Em público: Acolha a criança, inclusive fisicamente (colo ou abraço). Retire-a do ambiente público para um local mais privado.
2- Em casa: deixe a criança sozinha por um tempo, se afaste. Sem audiência a birra vai durar menos tempo. Aguarde uns minutos para voltar a conversar com ela, dando tempo para que ela se acalme internamente.
3- Use um tom de voz amoroso, mais firme.

  • Não grite (ao fazê-lo você vai estar reproduzindo o comportamento da criança demonstrando a sua frustração por não conseguir lidar com a situação e pelo seu filho não ser "perfeitamente educado"). 
  • Se você notar que está perdendo o autocontrole e vai agir gritando e/ou fisicamente (batendo) saia de perto e volte depois. Bater ensina que quando frustrados temos o direito de usar a violência contra o agente da frustração, ou para resolver conflitos com outros.
  • Não faça ameaças ("você não vai ver televisão hoje" ou "não vai sair do seu quarto") que não consiga cumprir. Se você dizer que vai fazer alguma coisa e não fizer a mensagem é que a criança pode repetir o comportamento que não haverá consequências.

3- Diga que sabe que ela está com raiva, mas que mesmo assim não será possível atendê-la. ("Sei que você está muito bravo porque não vai poder comer guloseimas agora").   Não seja repetitivo (só vai irritar de novo a criança e despertar de novo a raiva), nem faça grandes discursos. Nessa idade a criança não quer muita informação, só o suficiente (para entender esse conceito assista: O que é sexo? What's Virgin Mean?).

4-  Quando a criança se acalmar:

  •  Explique que aquele desejo não pode ser atendido naquele momento, mas talvez possa ser em outro dia. 
  • Demonstre que quando ela se expressa com palavras e/ou negocia obtém melhores resultados. ("Agora que eu entendi o que você quer, podemos negociar? No seu aniversário podemos comprar aquele brinquedo, ou daqui dois dias é sábado e você poderá comer chocolate").
Mais dicas em Revista Crescer: soluções para uma vida mais leve
Como evitar a birra?
Os menores gostam, e precisam, de rotina e previsibilidade. Seja claro e prepare-o (a) para o que vai acontecer:


  • Se for ao shopping já estabeleça as regras do passeio: quanto tempo vai durar, aonde irão e se vão adquirir algo, ou não, para ele (a)
  • Se estiver indo embora da casa de alguém, ou de uma festa, avise com antecedência quando estiver chegando a hora de ir embora ("Depois do parabéns e do bolo, nós vamos embora" "Amor, vai começar o parabéns, você se lembra que combinamos ir embora depois de cantar e comer o bolo?")
  • Ao voltar do passeio converse sobre o comportamento dele (a), assim você o (a) ajudará a entender o que os pais esperam. As crianças pequenas querem agradar aos pais e são felizes quando eles se mostram orgulhosos dela. Valorize muito mais o bom comportamento sendo mais efusivo (a) - e por mais tempo - do que quando ele (a) for chamar atenção. Quando fazemos ao contrário, muitas crianças tendem a fazer birra para obter atenção.
A birra pode ser sintoma de algum problema ou doença?

Sim. Há situações em que os episódios se tornam mais frequentes e a conduta de tolerância não é aprendida/desenvolvida.
Procure seu pediatra, especialmente se a criança apresentar atraso no desenvolvimento da linguagem, de crescimento (altura e peso) ou dificuldade de interagir com outras pessoas.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Alimentação infantil: não fale para seu filho fazer o que VOCÊ não faz...

A alimentação é um prazer desde a primeira mamada, mas a alimentação saudável é muito importante em um mundo cheio de "junk and fast food" (comida rápida e porcaria) que pervertem o paladar e podem levar, facilmente, a obesidade infantil.
O que, o quanto e quando comemos são estabelecidas pela comunidade que a criança está inserida, família, escola e amigos. Então não é possível pedir para a criança comer tudo, se você vive de dieta e reclama o tempo todo que está gordo (a). Ou ainda, que ela coma "de tudo", se você não come legumes/verduras/frutas...
Algumas dicas importantes:
1- A comida não pode ser monótona e chata: Não ofereça as mesmas coisas todos os dias. Introduza diferentes alimentos e sempre de forma lúdica, fale das cores, como brócolis e couve-flor parecem florzinhas, como é engraçado o barulho "crek crek" que o pepino faz quando mastigamos.
2- Faça com que a criança interaja com a preparação do alimento: comer o que ela preparou é muito legal! Como a berinjela pode ser tão pretinha por fora e verdinha por dentro? Não é engraçado o kiwi ter casca peluda? Além disso, a culinária pode ser uma forma de introduzir conceitos matemáticos, como por exemplo, meio copo; e proporções 1 ovo para 2 colheres de farinha... e se usarmos 2 ovos?
3- Crie a estratégia das provinhas: Todo mundo pode não gostar de algo, mas para saber se gosta ou não é preciso fazer pelo menos 3 provinhas (na verdade um artigo científico são necessárias 5 a 10 exposições)
4- Não transforme a comida em prêmio ou objeto de troca/aceitação. As piadas sobre mães italianas (Coma, senão eu te mato!) e judias (Coma, senão eu me mato) são engraçadas, mas lidar com a comida como uma forma de "satisfazer" os pais pode gerar hábito de comer além do que é necessário para se sentir saciado, e com isso induzir a obesidade.
5- Use a mesa, desligue a televisão, aproveite e converse com seu filho!

domingo, 16 de agosto de 2015

Chupeta é o capeta? Mitos e verdades.

A chupeta não é uma coisa nova, escavações em tumbas de bebês de 3.000 anos atrás mostram artefatos de argila, em forma de porco, sapo ou cavalo que tinham um orifício que permitia que se inserisse mel e do outro lado outro pequeno para que a criança sugasse a "gostosura".
Sugar é um reflexo que garante a sobrevivência do ser humano e aparece entre a 17-24 semanas de vida intrauterina. Já na primeira sensação de desconforto (que depois passa a ser reconhecida como fome) o recém nascido ganha o peito, suga e sente prazer em saciar a fome. Mais tarde, a sucção passa a ser associada ao prazer, pura e simplesmente, e tudo "vai para a boca", na chamada fase oral.
No nosso meio a chupeta é considerada um "calmante" e faz parte do enxoval do bebê. Mas, os pediatras e dentistas orientam que ela não seja usada... quem tem razão?
A favor da chupeta: 
1- Ela realmente acalma a criança,
2- Há alguns estudos que associam seu uso, à note, a redução da Síndrome da Morte Súbita do Recém Nascido. A academia americana de pediatria recomenda o uso da chupeta durante o sono à partir da terceira semana de vida com este fim.
Porém, há muitos contras:
1- Estudos mostram que o uso da chupeta reduz o tempo de amamentação. A Organização Mundial da Saúde, UNICEF e Ministério da Saúde do Brasil desaconselham formalmente seu uso, pois quanto maior o tempo de aleitamento materno, mais saúde para o bebê e para a mãe.
2-Psicólogos dizem que podemos "acalmar" a criança de outras formas: colo, acalanto, música, carinho... 
3- Estudos mostram que o seu uso prolongado e constante altera a oclusão dental, leva à respiração bucal (aumentando a freqüência de sinusites, otites, rinites e amigdalites; além de aumentar o risco de cáries).
4- Apesar da Academia Americana de Pediatria recomendá-la contra a Síndrome da Morte Súbita esta relação ainda é duvidosa e outras organizações (OMS, UNICEF) não recomendam o uso da chupeta.
5-Em 2009 foi publicada uma excelente revisão da literatura no Jornal Brasileiro de Pediatria que conclui que há mais contras do que prós no uso da chupeta.

sábado, 15 de agosto de 2015

PORQUE A JUSTIÇA BRASILEIRA PROIBIU OS ANDADORES?

Há 1 ano os andadores são proibidos no Brasil, o que é uma atitude muito inteligente. Porque? Ele é responsável por 10 de cada mil atendimentos de crianças menores de 1 ano de idade nos pronto socorros. Entre as crianças que usam andador uma a cada três apresentam traumatismo craniano, desses um terço delas são graves (fraturas, por exemplo).
Os defensores dizem que dá independência à criança, mas isso não é prudente em uma idade que a criança não tem maturidade, nem noção do perigo. Imaginem usar o andador e alcançar a escadas, piscinas. A velocidade do andador pode chegar a 1 metro por segundo! 
Crianças que usam andador demoram mais para ficarem em pé e caminharem sozinhas, sem apoio. Também diminuem o gasto energético, reduzindo o exercício físico essencial para as crianças.
Para uma criança andar é preciso: chão, pés descalços e o estímulo de colocar brinquedos mais longe dos seus bracinhos. Assim ela primeiro se arrasta, engatinha, chega até locais que pode se apoiar, aprende a ficar em pé usando a força dos braços e depois andar. Naturalmente! 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Vacinas: mitos e verdades

Amanhã é dia de VACINAÇÃO, vamos desmistificar o assunto?
VACINA é uma substância feita à partir de um agente patogênico (ou seja, que causa doença, podendo ser bactéria, vírus - mortos ou enfraquecidos - toxinas ou parte desses agentes) que é apresentada às nossas células de defesa que produzem anticorpos contra estes agentes, gerando memória no nosso sistema de defesa. Se um desses patógenos nos invade o sistema de defesa rapidamente o reconhece e responde contra o invasor.
Mas, é verdade que:
1- Vacinas protegem totalmente contra as doenças. MITO. Você pode ter a doença, mas formas menos graves. Por exemplo, a vacina contra a catapora impede que 80% das pessoas tenham a catapora, mas em 100% dos casos protege contra as formas mais graves da doença (como a encefalite - infecção pelo vírus no cérebro).
2- Vacinas tem efeitos colaterais. VERDADE. Os mais comuns são dor no local da aplicação e febre, que respondem muito bem aos analgésicos/antitérmicos comuns. Convulsões podem acontecer em 1 a cada 14.000 crianças após a tríplice (difteria, coqueluche e tétano) e em 1 a cada 3.000 que recebem a MMR (sarampo, caxumba e rubéola). São convulsões benignas, que não deixam sequelas. Mas, é MENTIRA que cause AUTISMO, isto já foi cientificamente comprovado inúmeras vezes.
3- Vacinas são só para crianças. MITO. A vacina contra o tétano e difteria (dT, ou dupla adulto) deve ser tomada POR TODA VIDA a cada 10 anos, assim como a contra a febre amarela.Depois dos 60 é importante prestar atenção à vacina contra gripe (anual) e contra a pneumonia. Para quem não tomou na infância outras devem ser usadas. Para saber mais, leia http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/12814-sete-vacinas-que-os-adultos-precisam-tomar
4- Vacina contra HPV é só para meninas e pode acelerar a sexualidade delas. MITO. Homens também podem ser infectados pelo o papiloma vírus, que aumenta a chance de desenvolver as verrugas genitais e câncer de pênis. A vacina só cria anticorpos contra o vírus, não tem qualquer influência no desenvolvimento, maturação ou comportamento de adultos e/ou crianças.
5- Mulheres grávidas não devem ser vacinadas. Nem MITO, nem VERDADE. Durante a gravidez a vacina da gripe é bem vinda, assim como a contra o tétano (inclusive sendo parte essencial de um bom pré natal). Também são permitidas as vacinas contra meningite, hepatite A ou B, raiva e pneumococo. Porém, as vacinas que usar os germes atenuados (enfraquecidos) devem ser evitadas, tais como Febre Amarela, Rubéola, Catapora, Sarampo, Tuberculose, Varíola e HPV. Aconselho todas as que querem ficar grávidas a rever a carteira de vacinação, tomar as vacinas que estão faltando, manter o anticonceptivo por uns 2-3 meses e então começar a encomendar o (a) herdeiro (a).

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Maturidade e desenvolvimento: cada criança tem um momento para cada conquista (falar, andar, fralda, mamadeira, chupeta...). ISTO NÃO É UMA COMPETIÇÃO!!!

Em reuniões de pais & mestres ou festinhas infantis costumo ouvir conversas acaloradas sobre quem tirou, ou não, fraldas/mamadeiras/chupetas (e outras conquistas do amadurecimento). O tom de competição é evidente: que criança é mais inteligente/esperta/evoluída? que família é mais competente?
Cada criança é um INDIVÍDUO, que evolui, cresce, se desenvolve e ganha maturidade no seu ritmo. É importante que isso seja reconhecido para:
1- saber o que esperar de cada criança em cada estágio e poder diagnosticar/suspeitar de problemas com intervenções rápidas,
2- não exigir da criança uma atitude/comportamento que ela não tem maturidade

Então, o que qual é a diferença entre desenvolvimento e maturidade? Quando devemos nos preocupar?
DESENVOLVIMENTO: expressão qualitativa referente a aquisição e aperfeiçoamento de habilidades que vão permitir que a criança realize coisas novas, ou aumentar a sua habilidade em funções já adquiridas. Por exemplo: locomover-se: engatinhar, andar com apoio, andar sem apoio, andar sem apoio e com bastante equilíbrio... e correr.
Depende do crescimento (capacitação biológica: altura, peso, presença de dentes, etc...), evolução psicológica e do ambiente e estimulação.
MATURIDADE: associação entre o crescimento físico e a conquista de ferramentas psicológicas/emocionais para aquisição de habilidades e execução de determinadas atividades, e/ou aprimora-las.

Por que isso é importante?
Porque podemos forçar o processo de APRENDIZAGEM da criança, rotulá-la de "devagar", "super dotada" ou qualquer outro rótulo;ou pior usar recursos para acelerar esse processo - sem respeitar o desenvolvimento/maturidade da criança criando angústia e ansiedades desnecessárias.
Se a criança ainda não tem maturidade para, por exemplo, desfraldar, ela não será capaz de APRENDER a usar o vaso/penico; porque não tem habilidade/condições de fazê-lo.
APRENDIZAGEM: É a evolução do comportamento ou conduta adquirido através das novas experimentações, e das suas repetições, que depende do DESENVOLVIMENTO e MATURIDADE de cada criança, que por sua vez dependem das suas condições neuropsicológicas e do ambiente (estímulo, cultura da família e da comunidade).

Seu filho pode andar aos 11 meses, mas só conseguir desfraldar completamente à noite com 5 ou 6 anos, e reconhecer as letras aos 2 anos... Cada conquista é individual, não compare-o com outras crianças. Estimule, mas não force. Observe e em caso de dúvidas, pergunte ao seu pediatra e/ou ao psicopedagogo da escola.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Escolhendo a escola ideal

Cada família e cada criança tem suas necessidades, valores e estilo de vida, mas para escolher uma escola alguns passos são fundamentais:
1- leia sobre os métodos de ensino, assim você poderá procurar uma escola que reflita o que a família acredita e como ela se comporta:
    a) vocês são mais rígidos ou preferem se expressar mais?
    b) vocês são religiosos?
    c) vocês priorizam o conteúdo e preparação para o mercado de trabalho ou o desenvolver da                   curiosidade e o pensamento autônomo e questionador?
    d) como vocês lidam com o tema diversidade? Que tipo de valores a família tem? São os da escola         e da comunidade em que ela está inserida?
    e) que tipo de inclusão é praticada pela escola? Deficientes físicos, intelectuais, crianças especiais?
        E social? Como são tratadas as questões de gênero, raça e escolhas sexuais? Quanto isso é    
        importante para vocês?
2- visite as escolas e observe:
     a) o comportamento das crianças: elas parecem felizes?
     b) o espaço físico: há áreas livres e verdes? há espaços fechados para dias de chuva? há recursos              de segurança nos brinquedos? os banheiros são adaptados ao tamanho das crianças? como é o              refeitório? o tamanho das salas são suficientes? elas são arejadas? há laboratórios de ciência,                informática, música? Como são as práticas de esportes e línguas? Passeios, atividades culturais,
         cursos extra-curriculáres?
     c) as famílias: os pais se dizem satisfeitos? A comunidade que formam é participativa ou apenas
         cordial? A comunidade que formam tem valores semelhantes aos da sua família?
     d) quantos educadores por criança ( 0 a 2 anos: máximo 8 crianças/profissional, 3 anos: 15, 4-5                anos: 20)? Qual a formação dos educadores? Eles são carinhosos? Como as crianças são
         recebidas? Como são chamados os educadores (pelo nome, de senhor/senhora, de tia/tio?)    
         Como eles se mantém atualizados? Há psicopedagogo (a) para orientar necessidades
         individualizadas?
     e) como é o cardápio? E (se for o caso) quais alimentos são oferecidos na cantina da escola?
     f) como lida com as questões como desfraldamento, higiene bucal, uso de medicamentos,            identificação de sintomas? Em casos leves a criança pode frequentar a escola, ou sempre será afastada?  Em casos de acidentes e emergências, qual hospital de referência, como e quem é responsável pelo transporte e condução do problema até os pais chegarem?
3- Como a escola lida com a disciplina? É a mesma linha da família? É importante que a criança não receba mensagens contraditórias em casa e na escola.
4- Como a escola identifica as situações de medo, raiva e tristeza? Como comunica aos pais novas situações como estas? Estão preparados para reconhecer problemas do desenvolvimento e aprendizagem, como dislexia, dificuldades de visão, audição ou fala? Como lidam com a situação?
5- Como o desempenho é avaliado? Qual a periodicidade? Como estabelece a comunicação com a família para corrigir problemas?
6- Qual a distância de casa? Há transporte público ao redor? Há transporte privado credenciado?
7- Como é controlada a entrada e saída da criança? Como é reconhecido o responsável? Como são as regras caso uma nova pessoa tenha de ir buscá-la?
8- Lição de casa? Quanto? Como deve é orientada a participação dos pais?


terça-feira, 11 de agosto de 2015

Andar descalço aumenta a chance de termos gripes e resfriados? NÃO!!!!

Gripes e resfriados são causados por VÍRUS que são adquiridos por via respiratória, nenhum "entra pelo pé".... Como diminuir as chances de adquiri-los no inverno? Mantenha as janelas abertas e o ar circulando, especialmente nas escolas. Se está frio agasalhe-se, mas não feche as janelas e portas...
Ensine as crianças a colocar as mãos na frente da boca quando tossem, e sempre lavar as mãos.
Pés nos chão são ótimos!
Bebês aprendem a andar mais tranquilamente se estiverem descalços, meias atrapalham porque a criança não "sente" o chão adequadamente e a meia aumenta a chance de escorregar.
Lugar de criança é no chão! Sem cobertores, colchões ou tapetes de proteção... No chão e descalços!
Desculpe-me vovós, essa é a verdade...

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Vou ser a mãe perfeita, porque sou pediatra kkkkkkk

Quando me tornei mãe tinha todas as certezas da pediatra Aline...
A Bia só dormiria na sua cama
A Bia sairia da fralda antes dos 3
A Bia quando soubesse comer sozinha jamais receberia comida na boca
A Bia jamais me tiraria do sério a ponto de dar tapas no bumbum
A Bia jamais......
Errei em todas as presunções, vou errar em um monte de outras! Caí do pedestal, deixei de ser médica e voltei a ser HUMANA