quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Esquenta, esfria, chove, faz sol... Assim não há saúde que aguente...

O tempo está demais... Haja gripe


Ou eu melhoro meu traquejo social ou serei excluído de quaisquer listas de convidados... Outro dia,um calor do cão e uma amiga reclamando que fizera uma viagem de carro e quase morrera porque sua sobrinha (de idade próxima à Bia) estava resfriada e o pai não deixara ligar o ar condicionado. "Mas o fofo (claro que foi outro adjetivo...) não sabe que ar condicionado não faz mal a quem está resfriado??? A senhora o ensinou muito mal..." Advinha que estava chegando...

Gripes e Resfriados: mitos e verdades

Em relação a gripes e resfriados sempre há muita falação e pouco conhecimento, então vamos falar sobre essas doenças:

Resfriados: me dá um nariz novo!!!


O resfriado é uma doença viral (sim, é uma virose...) transmitida por várias espécies de vírus sendo a mais importante o Rhinovirus. Após dois a três dias de incubação os primeiros sintomas aparecem:  desconforto ou dor de garganta, espirros, congestão nasal, rinorreia (secreção pelo nariz que pode ser clara, amarelada ou esverdeada), tosse, calafrios e garganta inflamada. As vezes pode aparecer dor no corpo, fadiga, dor de cabeça e perda de apetite. A tosse é normalmente de fraca intensidade.

Gripe: Socorro!


A gripe é diferente. É uma infecção mais grave provocada pelo vírus Influenza. Este vírus tem basicamente 3 tipos (A, B e C) e inúmeros subtipos (H1N1, o mais famoso, é um subtipo do Influenza A). Os sintomas da gripe geralmente são súbitos e se iniciam 1 a 2 dias após o contágio. Os primeiros sintomas costumam ser calafrios, febre (temperatura entre 38 e 39 °C). Em algumas pessoas os sintomas podem ser tão intensos que elas não conseguem sequer sair da cama. Dores no corpo (piores nas costas e pernas) costumam aparecer. Na fase aonde a gripe se estabelece podem aparecer tosse, congestão nasal e rinorreia (bem menos importantes do que no resfriado), dores musculares e articulares, fadiga, dor de cabeça, olhos irritados e lacrimejantes e nas crianças sintomas gastrintestinais como diarreia e dor abdominal, náuseas e vômitos.


Meu Deus! Esfriou! Fecha tudo!!!! (#sqn)


Calma, não precisa se apavorar. Não existe nenhuma relação entre temperatura e gripes e resfriados.

Nenhuma????

NENHUMA!

A gripe e o resfriados são doenças virais e são transmitidas por secreções respiratórias. Ou por inspirarmos secreções contaminadas que alguém doente liberou, ou por contato. A pessoa coloca a mão na boca para tossir ou espirrar, depois segura em algum objeto (maçaneta, corrimão, a mão de outra pessoa...). Outra pessoa coloca a mão no mesmo lugar e depois a leva ao nariz ou olhos....

Então,por que temos mais gripes e resfriados no frio?????


Realmente, no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul do Brasil, a gripe e o resfriado acontecem mais no inverno. Mas isso não é provocado pelo frio e sim pelo confinamento. No Nordeste e no Norte temos um pouquinho a mais gripes e resfriados (embora a sazonalidade seja bem menor do que no restante do país) na época das chuvas, pelo mesmo motivo.

Confinamento????

Sim. Quando o tempo esfria a tendência natural é fechar todas as janelas. Isso dificulta a renovação do ar e facilita a disseminação dos vírus, o que permite um maior contágio. 
Quer prevenir gripe? Abra todas as janelas, deixe as janelas abertas e, se necessário, agasalhe as crianças.



Temos que lembrar também, que no Brasil (com exceção do Sul e de algumas partes do Sudeste) não temos frio. Aquilo que muitas vezes chamamos de frio (18 graus por exemplo) leva um europeu para a praia tomar sol e banho de mar. Aliás se frio fizesse mal, não teríamos russos, esquimós ou mesmo andinos há séculos...
Mais importante do que o frio, o confinamento, a baixa qualidade do ar, a falta de umidade são fatores fundamentais no contágio.

Em uma próxima oportunidade abordarei a questão de prevenção, mitos e verdades.

Até a próxima...

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O calor está chegando, vamos desagasalhar nossos bebês?

Porque ninguém merece ser cozido...

Sempre foi motivo de piada na família a minha capacidade de dar foras. Tenho a língua mais rápida do que o cérebro... Essa semana aconteceu de novo. Estava um calor respeitável, do tipo cerveja > piscina > sombra, quando cheguei na escolinha. Eram mais ou menos 5 horas. A Bia chega de short e camiseta (bem aberta) e descalça (se bem que para isso, não precisa estar calor...). Quando sai uma menininha uns 2 ou 3 anos mais nova do que ela (sou péssimo para estimar idade sobretudo das mulheres...) toda encapotada. Sapato fechado, meia, calça comprida (de um tecido visivelmente invernal), blusa, casaco e (pasmem) gorro! Eu olhei para a cena e falei para a assistente "tira tudo isso pelo amor de deus!" A professora toda sem graça me explica que eram ordens da mãe. Eu pergunto, "mas quem é essa louca?" Ela estava atrás de mim...


Agora falando sério: os perigos do excesso de agasalho.

Se agasalhar pouco uma criança (sobretudo um bebê) pode ser prejudicial à sua saúde, agasalhar demais pode ser muito mais perigoso. 
Bebês até os 6 meses não possuem seu sistema termorregulador maduro, portanto se agasalhados de menos poderão ter a temperatura corporal reduzida (hipotermia) ou se agasalhados em excesso sua temperatura poderá subir além do normal (hipertermia). Em ambas situações ocorrem alterações metabólicas perigosas para a criança. 


Febre ou hipertermia?


A hipertermia não é uma febre. A febre é uma alteração da temperatura corporal, induzida pelo nosso termostato natural: o hipotálamo.
O hipotálamo é uma pequena estrutura localizada na base do cérebro. Ele tem a função de regular diversos aspectos da nossa fisiologia. Na vigência de um processo inflamatório (que pode ser induzido por uma infecção, por um tumor, por uma doença reumática...) são liberadas substâncias chamadas pirógenos. Os pirógenos vão mudar a regulação do hipotálamo, que induzirá o corpo a produzir mais calor (constrição dos vasos da pele, maior atividade muscular com tremores, maior queima de glicose...). 
Já na hipertermia, normalmente há uma dificuldade na perda do calor, por temperaturas muito altas, excesso de roupas, excesso de sol (que pode provocar hipertermia até em adultos).
A melhor maneira de saber se o seu bebê está excessivamente agasalhado. Se a barriga estiver muito quente há algo errado.

E aí? Que roupa coloco nele?


De acordo com Descartes "O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
Ora, se não nos agasalhamos demais por que entuchar os pequenos de roupa?

A melhor medida é 1 agasalho a mais do que você está usando: Se vc está na praia de sunga ou bikini a criança deverá estar no máximo com uma camiseta ( e na sombra por favor...). Assim não se corre o risco de errar.

domingo, 11 de setembro de 2016

Vamos manter um legado

Continuando uma história: um legado que merece ser continuado



Demorei muito para me decidir, mas acho que esse blog é um legado que merece ser mantido. Para os que não sabem a Dra. Aline faleceu há exatamente 1 mês. Eu como seu esposo e parceiro sempre tive uma discreta participação por aqui. Fosse revisando, ajudando em alguma pesquisa ou apenas palpitando. Não tenho o mesmo etilo nem a sua fluência para escrever. Decidi continuar porque sua postagem de dezembro (Porque é tão difícil falar sobre a morte? Mas é muito necessário!) foi absolutamente fundamental para conseguir conduzir nossa filha no momento mais difícil da minha vida. Seguramente esse verdadeiro manual de instruções, muito me ajudou a conduzir a situação em um momento tão duro.


Ensinando a criança a conviver com o luto


Embora a morte faça parte da vida, é muito difícil discuti-la quanto mais vivencia-la. Já foi abordado aqui como introduzir a criança na situação de morte (É o mesmo link). Passada a primeira fase é necessário retomar o dia a dia e nem sempre isso é fácil. 
Muitos adultos acreditam que a criança não entende nada sobre a morte e deve ser poupada de saber que alguém próxima a ela morreu. Isso não é necessariamente verdade. As crianças sempre estão atentas ao que ocorre à sua volta e subestimar isso não é legal.
Quando a criança perde uma pessoa querida muito próxima, sentimentos como tristeza, confusão aparecem. A mesma morte é sentida por seus familiares, que normalmente estão sem condições de manter a intensidade de cuidado e atenção que antes dirigiam a ela. Passado o primeiro momento a criança precisa voltar a se sentir segura e bem cuidada.
Nas semanas seguintes à perda, as crianças podem ficar muito tristes ou talvez creiam que a pessoa querida permanece viva. Neste momento a criança deve ser estimulada a externar sua tristeza. Chorar junto nessa hora pode ser muito confortador para a criança e para o adulto. A raiva é uma reação esperada que pode se manifestar por meio de comportamento irritadiço, pesadelos, medos ou agressão a amiguinhos ou familiares. De qualquer maneira, sabemos que a reação da criança ao luto está bastante relacionada à forma como os pais ou pai sobrevivente e outros parentes abordarão esta questão com ela nas semanas e meses que sucederão a perda.
Quando o adulto oculta da criança a verdade sobre a morte, pode deixá-la confusa e desamparada, pois possivelmente ela perceberá que algo aconteceu e que todos estão agindo de forma diferente.
Entre os cinco e nove anos a morte é percebida como irreversível, mas não como algo natural. A morte é vista como algo distante, que só ocorre com os outros, a menos que haja uma perda de alguém muito próximo. Somente entre nove e dez anos a morte passa a ser percebida como uma interrupção das atividades dentro do corpo, que faz parte da vida, que é natural. 


Devemos deixar a criança a vontade para exprimir os seus sentimentos. Participar do enterro ou velório é importante, mas a vontade da criança deve ser respeitada.

Como foi com a Bia?



Quando tudo aconteceu, era muito cedo e, por causa da noite anterior tumultuada, ela dormiu na casa de uma coleguinha. Liguei para lá e avisei a mãe e pedi que a deixasse na escola. Avisei na escola que a buscaria mais tarde e pedi que deixasse uma sala separada para conversarmos. Depois que tudo estava resolvido e o velório iniciou recebia as pessoas mais próximas e fui tentando me preparar para o que seria contar para ela. Acreditem, não há manual que te ensine a se preparar para isso. Quando deu 4 e meia saí discretamente e fui busca-la na escola. 
Lá fomos para uma sala isolada (NB: ela acompanhou toda doença da mãe, inclusive foi visitá-la na UTI enquanto foi possível). Fomos para uma sala e contei, de forma clara, explicando que a mamãe havia piorado muito, os médicos tinham tentado de tudo, mas a mamãe morreu. Sim as palavras foram exatamente essas. Não adianta dourar a pílula nem usar metáforas pouco explicativas.  Ela me abraçou e chorou por alguns minutos. Quando ela se acalmou eu expliquei que iríamos nos despedir do corpo dela, uma vez que seu espírito naquele momento estava procurando o caminho do céu (somos kardecistas e é importante se apoiar na fé, nessas horas). Coloquei ela no carro e fomos. No caminho procurei descrever com a maior precisão tudo o que ela iria ver (o corpo no caixão, as flores [mamãe gostava muito], as coroas, as velas...). Nesse meio de caminho, me comuniquei com 2 amigas, que me monitoravam o tempo todo (elas não imaginam o quanto sou grato à força que recebi de ambas, mas depois daqui elas saberão...). Elas esvaziaram a câmara ardente (odeio esse nome) e fecharam as portas. No caminho, a Bia mais calma me perguntava coisas que são bem próprias de criança. Nessa hora NENHUMA dúvida deixa de ser importante e deve ser esclarecida da forma mais clara possível: É para sempre mesmo (uma 10 x)? Posso falar com ela? O que é morrer (essa foi difícil, mas acho que resolvi)?
Chegamos lá. Entramos sozinhos (fiz tudo para que ela não reparasse em todo mundo que estava lá). Lá dentro, de novo, expliquei tudo que estava acontecendo. Ela olhou as coroas, perguntou o que estava escrito em cada uma. Deixei ela a vontade para explorar tudo. Ela pediu para ver o caixão e peguei ela no colo. Ela viu a mãe e perguntou o porque de tantas flores (porque a mamãe gostava...). Expliquei que quando o espírito sai do corpo esse se desliga e por isso estava frio. Perguntei se ela queria por a mão, algo que ela recusou e respeitei. Nos despedimos com uma oração e quando julguei que ela estava pronta, perguntei se ela queria sair, o que concordou. Não tenho idéia de quanto tempo ficamos lá dentro. Para mim foram décadas. Ao sairmos demos de cara com todos os amigos e parentes. Ao ver uns 200 pares de olhos fixos nela, ela se virou e me abraçou. Eu abaixei e ela, recostada no meu ombro, chorou sentidamente. Não tenho a mais vaga noção de quanto tempo permanecemos nessa posição, mas parece que foi uma eternidade. Quando ela parou de chorar, levantamos e começamos a andar entre as pessoas. Ela pediu para ir embora, o que foi respeitado (meus 2 anjos já haviam se articulado para isso) e el foi ficar na casa de amigos. 
Após o final da cerimônia de cremação, fui buscá-la e trouxe para casa.

Desde então...


É fundamental viver um dia de cada vez. Cada momento de saudade, cada alegria, cada tristeza devem ser vividos e resolvidos. Ajuda profissional é fundamental. Nenhum pai está totalmente preparado para isso. Temos uma psicóloga sensacional nos apoiando. Outro dia ao chegarmos a Bia soltou minha mão e pulou no colo dela (acertamos na escolha). Por mais que seja doloroso, ir a festas, fazer bagunça e seguir a vida. Com o tempo, a dor será substituída por uma saudade, que o tempo transformará de amarga em doce. Até lá, a presença dos amigos, o apoio profissional, o suporte religioso e o contato com a família foram, são e serão fundamentais.


terça-feira, 10 de maio de 2016

Superproteger é um tiro no pé!

Dia das mães e aniversário do meu pai. Família italiana falando muito no restaurante. Aí, de repente, a dona do estabelecimento – uma senhorinha de 80 anos – chega e troca os garfos e facas da minha filha e da minha sobrinha por colheres.... Porque era perigoso.
Sei que foi por boa vontade, mas não é meio de mais? Minha filha está aprendendo a usar a faca e minha sobrinha já usa os talheres juntos há uns 2 anos.... Não estamos superprotegendo nossas crianças, tornando-as sem iniciativa?

Capacetes, joelheiras e cotoveleiras para andar de bicicleta.... Tudo bem se é uma competição, saltos, ou na ciclovia, no meio do trânsito... Mas, na bicicleta com rodinhas, em um parque com grama... Só o capacete já funciona, não é?

Cair, ralar o joelho no futebol, bater a cabeça e ganhar um galo...  Faz parte! Aprender a segurar copos de vidro e quebra-los também. Ou teremos uma geração que vai brindar a formatura com Moet Chandon em copos de plástico?

Entendam, não sou contra a supervisão e sim contra a superproteção. Claro que não vamos deixar crianças correndo pelas ruas cheias de carro, ou com facas de ponta nas mãos, perto de fornos quentes, mas temos de ser razoáveis...

Sou a favor da cadeirinha no carro, assim como do cinto de segurança, afinal vi a diferença na morbi-mortalidade dos acidentes de trânsito; mas não dá para evitar os pequenos acidentes da vida.

Nas festinhas infantis minha filha é a única descalça, as outras crianças estão com meias com cobertura antiaderente... para que? Em um bufê infantil? A meia pode ser maior fator de acidentes do que não as ter. (Esses antiderrapantes não funcionam...)

Uma análise de 70 estudos sobre bulying observou que crianças superprotegidas tem uma chance acentuada de serem vítimas desse tipo de mau trato. De acordo com autores, essas crianças podem não desenvolver qualidades como autonomia e autoafirmação, sendo, portanto, alvos fáceis para os agressores. E geralmente a superproteção se associa ao excesso de cobranças, que por outro lado, pode tornar a criança mais fria e propensa a descontar suas ansiedades em outras crianças.

 O livro Teimosinha, de Fabrício Campinejar, descreve exatamente como essas crianças vítimas do excesso de proteção e ansiedade dos pais sofrem, e sofrem sozinhas. Vale à pena ler.

Dar liberdade é demonstrar confiança na criança, nas suas habilidades e suas conquistas. Isso está impactando a chamada geração Y! Artigos mostram que os executivos mais novos não estão sendo capazes de sobreviver no mundo corporativo.



Eu sou suspeita para falar... engessei, na infância, todos os membros... Era uma pestinha, mas me lembro de subir em árvores, muros, andar de skate e ralar no cimento da calçada. 

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Você já pediu desculpas ao seu filho hoje?

Uma das coisas mais difíceis que existem é pedir desculpas. Isso vale para qualquer situação. Mas, nós – pais e mães – sempre “obrigamos” nossos filhos a fazê-lo, se desculparem conosco, com os familiares e amiguinhos.

Mas, nós pedimos desculpas a eles?

Será que quando eles pedem desculpas entendem o que estão fazendo errado? E por que é errado?

Meu pai sempre brinca que a minha filha, Bia, fala desculpa e repete o erro. Será que ele está correto?

Reconhecer um erro é muito importante. Faço questão de me desculpar com a minha filha quando perco a paciência e grito, ou dou uma palmada (confesso que às vezes rola... me odeio depois). Explico que eu fiquei frustrada por não conseguir me comunicar com ela e fazê-la entender algo, por isso perdi a paciência. Quando ela tem reação parecida lembro da ocasião que errei e uso de exemplo.

Antes dos 5 anos a dupla causa-consequência nem sempre é compreendido, mas é nosso papel explicar. “Porque você falou/fez/bateu/qualquer outro verbo é que a amiguinha (o) está triste e chorando. Isso não é legal, fazer uma pessoa ficar triste. Por isso você tem de dizer que sente muito e pedir desculpas”.  É importante nunca fazer isso na frente de outras pessoas para não gerar um processo de humilhação, que vai deixar a criança zangada e com tendência a não obedecer para agredir o agressor que a humilha. Devemos sair da cena e depois da criança entender voltar com ela. Isso também mostra a importância do assunto e dá espaço para reflexão.


Meu pai tem razão em dizer que muitas vezes as “desculpas” não são sinceras, mas crianças aprendem com o exemplo e com a repetição. O importante é que ela entenda que todos erram e reconhecer o erro faz parte, para adultos, crianças e idosos. 

terça-feira, 22 de março de 2016

Direito de brincar

Todos desejam que seus filhos sejam felizes e bem sucedidos. Normal. Mas, estamos esquecendo de brincar!

Atualmente temos visto crianças que quase se transformam em executivos, vivendo uma roda-viva de aulas de línguas, esportes, música, reforço escolar...  (Veja mais sobre o assunto em: Criança com agenda de adulto)

Alguns pais não podem ver a criança sentada no chão, brincando sozinha, que já querem incentiva-lo a ler, montar lego (aprendendo matemática) e etc. Para alguns pais brincar é visto como um passatempo sem finalidade e que eles, pais, devem prover esse “objetivo educacional”.

É importante preservar o espaço das crianças. Elas precisam de tempo para brincar em grupo, com os pais e separadas para exercer a imaginação. Tempo para “fazer nada” e só contemplar. É brincando que elas interagem com o mundo, que vivenciam o cotidiano, aprendem regras, limites, ganhar e perde, desenvolvem estratégias, ganham o espaço físico e entendem como usar seus corpos.

O brincar é uma das formas que a criança usa para refletir sobre o que tem vivenciado, elaborar melhor uma situação difícil. Por exemplo, quando está brincando de escola e a criança incorpora o (a) professor (a) ela pode refletir sobre a forma que esse adulto se comunica com ela ou como ela gostaria de ser tratada por ele (a). Reviver momentos de prazer e os difíceis ajuda-as a entendê-los melhor e aprender com a experiência
Minha filha adora brincar de escola. Ela reproduz nessas brincadeiras como as (os) educadoras (es) se comportam com ela. Muda de tom de voz. Propõe “rodas de leitura”, “atividades”, me ensina que a “professora vai na frente”. Brincando de escola com ela eu começo a entender melhor o dia-a-dia dela e percebo se está tudo bem, se concordo com a forma.

Antes de ir ao pediatra nós brincamos de “Tio Márcio”. Ela examina tudo com atenção e me ensina a examinar a boca, os ouvidos e a me comportar. Também ganho vacinas. Assim, ela já se prepara para a consulta e para o que vai acontecer.

O mesmo aconteceu antes da primeira ida ao dentista. Brincando deixei-a tranquila para não sentir medo daquele “monte de aparelhos”.

Ah, tem mais um segredinho: eu me divirto muito!


Para saber mais sobre a importância de brincar, acesse: SBP-conversando com o pediatra e À conversa com os pais.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Identificação

Foi uma das minhas metas quando eu resolvi ter filhos que eles não fossem visceralmente ligados a mim. Que pudessem ficar com outras pessoas, se comunicarem com outras pessoas, se comunicassem de forma adequada e então, não fossem eu e sim eles!
Hoje é verdade e às vezes me arrependo.... Nas décadas em que nasci as crianças DEVIAM ser DEPENDENTES.Não ter opiniões... Mas, minha mãe era maravilhosa e meu pai também! Eles me permitiram ler tido, aprender e falar (que tagarela!) muito sobre o que EU acreditava...
Hoje vejo minha filha...aos 4 anos e meio, chata, irritante... Por que? Porque, como eu era ela pergunta por que para tudo, quer saber "como" sobre tudo e não dá folga...
E então penso: Ela poderá ser o que quiser, mas está aprendendo a se virar....!
E não é s´ficar com recracionistas, avós, amigos... é saber se comunicar, é saber se defender, é saber que qualquer problema "chame a mamãe"!
Ela é independente... até demais (anda pedindo mais dependência... não é engraçado?), mas nas fotos tem o meu sorriso, os meus valores e é a minha garota!
Dá bronca na cachorra como eu faço, quando está descompensada de raiva parece um foguete, quando está cheia de amor parece uma manteiga...
E é como o pai.... amorosa, cheia de carinho, meiga...
Ter filhos é se reconhecer