terça-feira, 22 de março de 2016

Direito de brincar

Todos desejam que seus filhos sejam felizes e bem sucedidos. Normal. Mas, estamos esquecendo de brincar!

Atualmente temos visto crianças que quase se transformam em executivos, vivendo uma roda-viva de aulas de línguas, esportes, música, reforço escolar...  (Veja mais sobre o assunto em: Criança com agenda de adulto)

Alguns pais não podem ver a criança sentada no chão, brincando sozinha, que já querem incentiva-lo a ler, montar lego (aprendendo matemática) e etc. Para alguns pais brincar é visto como um passatempo sem finalidade e que eles, pais, devem prover esse “objetivo educacional”.

É importante preservar o espaço das crianças. Elas precisam de tempo para brincar em grupo, com os pais e separadas para exercer a imaginação. Tempo para “fazer nada” e só contemplar. É brincando que elas interagem com o mundo, que vivenciam o cotidiano, aprendem regras, limites, ganhar e perde, desenvolvem estratégias, ganham o espaço físico e entendem como usar seus corpos.

O brincar é uma das formas que a criança usa para refletir sobre o que tem vivenciado, elaborar melhor uma situação difícil. Por exemplo, quando está brincando de escola e a criança incorpora o (a) professor (a) ela pode refletir sobre a forma que esse adulto se comunica com ela ou como ela gostaria de ser tratada por ele (a). Reviver momentos de prazer e os difíceis ajuda-as a entendê-los melhor e aprender com a experiência
Minha filha adora brincar de escola. Ela reproduz nessas brincadeiras como as (os) educadoras (es) se comportam com ela. Muda de tom de voz. Propõe “rodas de leitura”, “atividades”, me ensina que a “professora vai na frente”. Brincando de escola com ela eu começo a entender melhor o dia-a-dia dela e percebo se está tudo bem, se concordo com a forma.

Antes de ir ao pediatra nós brincamos de “Tio Márcio”. Ela examina tudo com atenção e me ensina a examinar a boca, os ouvidos e a me comportar. Também ganho vacinas. Assim, ela já se prepara para a consulta e para o que vai acontecer.

O mesmo aconteceu antes da primeira ida ao dentista. Brincando deixei-a tranquila para não sentir medo daquele “monte de aparelhos”.

Ah, tem mais um segredinho: eu me divirto muito!


Para saber mais sobre a importância de brincar, acesse: SBP-conversando com o pediatra e À conversa com os pais.

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