segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Andar de carro é divertido,mas tem de ser seguro: da cadeirinha até o cinto de segurança!

Quando eu era criança andávamos sem cinto de segurança, as crianças muitas vezes iam no porta malas (especialmente do fusca)... Por que mudou? Porque o mundo mudou!
Os automóveis são mais velozes, as ruas, estradas e demais vias mais lotadas e nós aprendemos com os nossos próprios erros, como em tudo na vida.
Quando eu estava no 5º/6º da Faculdade de Medicina, os anos que chamamos de "internato" nos quais começamos a atuar sob supervisão de professores e preceptores,o cinto de segurança não era obrigatório. Lembro-me da quantidade, e gravidade, das lesões nos acidentes de trânsito... :-(
Um caso que me marcou profundamente foi de um garoto de 3 anos de idade que morava na nossa unidade semi-intensiva desde o 1º mês de vida. Ele estava no colo da mãe, indo para sua primeira consulta pediátrica, quando foi vítima de um acidente automobilístico e ficou tetraplégico, dependente do aparelho de respiração mecânica, comendo por via de sonda gástrica (introduzida diretamente no estômago)... e nunca mais foi para casa até morrer por complicações infecciosas...
Então, a minha coluna hoje é em homenagem a ele.
1- A cadeirinha é OBRIGATÓRIA desde a saída da maternidade
Não é por causa da multa, não é por causa dos outros, você decidiu ser pai/mãe e portanto é responsável pela segurança desse(a) serzinho(a) que o Universo te entregou.
Primeira coisa na hora de adquirir uma: a marca deve ser certificada pelo IMETRO, cheque antes de comprar, usando a expressão "dispositivo de retenção para crianças" na guia "Buscar".
Segundo: cheque o tamanho da cadeirinha e o espaço traseiro do seu carro para não deixá-la "colada" nos bancos da frente. NUNCA COLOCAR A CADEIRA NO BANCO DA FRENTE!!
Terceiro: não se preocupe com a "cabecinha" ficar "caída". Não fará mal para a criança. Mas, se te incomodar há apoios de pescoço que podem ser usados.
2-Tipo de cadeira versus idade
Cada idade e peso necessita de uma proteção diferente. 
Basicamente: 

  • Até 1 ano de idade –bebê conforto instalado de costas para o banco do motorista;
  • De 1 a 4 anos de idade – cadeira para auto;
  • De 4 a 7 anos e meio de idade - assento de elevação, o booster;
  • A partir dos 7 anos e meio – no banco traseiro com o cinto de segurança.


Para saber mais consulte o Guia da Cadeirinha site  Criança Segura.
3- Como sempre: VOCÊ É O EXEMPLO
Isso vale para tudo. Nenhuma criança aceita verdades absolutas que só valem para ele(a) e não para os pais. Se você, seu/sua parceiro(a) e os caronas não usarem o cinto, por que ele/ela tem de usar?
Exija de todos estarem nos sues devidos lugares, com os cintos, para que você ligue o carro! (Minha mãe odeia isso!)
4- Aproveite o passeio de carro para dar as primeiras lições de segurança no trânsito
Vá contando as regras dos semáforos (vermelho, amarelo, verde), o uso da faixa de pedestres, a importância de olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. Quando vir algum comportamento incorreto (alguém atravessando entre os carros e/ou embaixo das passarela e não nelas) aponte o erro e comente o risco. Aproveite para criar um cidadão consciente e seguro. 
5-Quando permitir o uso do banco da frente?
Essa resposta vai dar briga, mas até os 13 anos lugar de criança é no banco de trás. (Veja mais em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa08.pdf

terça-feira, 15 de setembro de 2015

O lado negro da mater/paternidade

Estava em uma festa de aniversário de uma das melhores amigas da Bia e perguntei: qual deve ser a minha próxima coluna? E aí veio o tema: o lado negro da maternidade.
Como é?????? Como assim tem lado ruim? Ser mãe/pai é fantástico e tudo é lindo...
Mentira!
As mães costumam ter mais neuroses, mas esquecem que os pais também têm seus dramas.
As grávidas ouvem só sobre sono e a rotina chata dos primeiros meses e não se prepararam para o resto. E para os coitados dos pais ninguém fala nada. Continuam usando o modelo: só a mãe cuida....
Então hoje vamos ao sincericídio: o lado negro da mater/paternidade.
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1-      Medo de morrer
À partir do momento que você vê a criança e nota que será responsável por alguém ser feliz, ou não, saudável, ou não, etc... Você começa a pensar na insuportável pergunta, mas e se eu morrer?
Para a cultura brasileira há algumas providências que pensei e que podem parecer estranhas, mas vá lá:
·       Testamento: estabelecer exatamente quem deve ser responsável pelo seu/sua filho (a) caso algo aconteça;
·       Reserva de fundos para educação: se você é organizado faça um investimento próprio, se não for compre um plano de previdência deste tipo
·       Plano de saúde: se vocês adultos faltarem o plano de saúde da empresa acaba e... então tenham planos próprios que o responsável legal pelo (a) seu/sua filho (a) poderá manter.
·       Vá ao médico. Faça checkup. Seja mais saudável.

2-      Pós-parto é ruim, mas passa
Seja parto normal ou cesariana (sim, ela é uma opção para várias situações e não é crime) o pós-parto é um período de dor. Não é errado senti-la e, por favor, divida o desconforto com seu/sua parceiro (a). Nesse momento, ele (a) está ansioso (a) para fazer alguma coisa por você e o papel de super-mulher os (as) enche de medo de ser desnecessário (a).

3-      Baby Blues e depressão
A maioria das mulheres passam pelo baby blues (encontrei números de 60 até 80%) que é o resultado da imensa variação hormonal que acontece no final da gestação.
Durante a gravidez a mãe está inundada de hormônios. Depois que a criança nasce a quantidade de hormônio (estrógeno e progesterona) se altera bruscamente e isso leva a alteração da quantidade de neurotransmissores, substâncias que comunicam aos diferentes locais do cérebro as sensações de alegria/tristeza/prazer. Com o tempo o corpo volta ao normal.
Os sintomas começam entre o 3º e o 10º dia pós-parto quando a sensação de cansaço e de ser incapaz e incompetente se instalam. A privação de sono, resultado da amamentação, piora o quadro. São sentimentos verdadeiros e reconhecer e dividir com o (a) parceiro (a) é muito importante. Que o (a) parceiro (a) possa ser a pessoa a acordar com o choro do bebê e trazê-lo (a) até você (ao invés de você se levantar toda vez que o bebê chora) já ajuda muito. Saber que pode tomar um longo banho porque há alguém a postos caso o bebê chore, também. Seria interessante que o (a) parceira pudesse pensar em tirar alguns dias de férias nesse começo (já que a licença legal é curta e foi criada para que “o pai pudesse registrar a criança”.)
Deu vontade de chorar? Chore. Não tenha culpa. Você não é uma horrível mãe porque não está absurdamente feliz. Praticamente nenhuma está.  
Com apoio da família e amigos o baby blues passa em cerca de 2 semanas. Mas a depressão pós-parto é outra coisa. Na depressão a sensação de incapacidade de cuidar da criança e de si mesma é aterrorizante e muitas vezes gera impulsos suicidas ou homicidas. É mais frequente em pessoas com história prévia e/ou familiar de depressão, que tenham tido problemas durante a gravidez (especialmente de saúde). Segundo estatísticas norte americanas 10 a 15% das mulheres apresentam o problema. Neste caso só apoio familiar e dos amigos não adianta, é necessário tratamento psiquiátrico com medicação.

4-      Amamentar doí!
Sim, amamentar é fundamental para a saúde da criança e o ideal é que o leite materno seja o alimento exclusivo dela até o 6º mês de vida. (Vovós e vovôs, atenção: chá é contraindicado). Mas dói! O mamilo precisa ser preparado para a sucção constante antes do nascimento do bebê. E mesmo assim a tração, fricção e atrito constantes geram desconforto. A criança também está em processo de aprendizado, nunca fez aquilo antes. Leia como se preparar em: http://pediatriadescomplicada.com/2014/10/27/mamae-saiba-qual-a-melhor-posicao-e-pega-na-hora-de-amamentar

5-      Culpa: quero ficar sozinha um pouco! Quero ir embora daqui! 
Sim, queremos! Queremos sair para dançar, ir ao cinema, comer e beber bem sem que um choro ou alguém grite “manhê”.... Queremos dormir até tarde... Queremos ficar sozinhas em casa em total e maravilhoso silêncio!
Por que não conseguimos? Porque a “cultura geral” diz que é nosso dever estar totalmente à disposição da criança! E aprendemos que “deixar com os outros” é errado. Primeiro, o (a) nosso (a) parceiro (a) não é “com os outros” e sim alguém que decidiu entrar nessa jornada conosco. Mesmo que em algum momento vocês já não coabitem, ambos (as) tem os mesmos direitos e deveres em relação à prole.
Tenho ouvido muitas queixas de parceiros (as) especialmente nos primeiros 2-3 anos de vida: eu não posso ficar sozinho (a) com meu filho (a)! A mãe dele acha que eu sou incapaz!
A verdade é perniciosa. Nos sentimos tão poderosas nesse papel de mãe que não queremos abrir mão desse poder para ninguém, sequer compartilhar. É bom (mas é ruim) ser essa super-heroína que trabalha, cuida e arruma tudo! Para as gerações passadas era o que as mulheres tinham de força e de contrapartida nas relações...
O mundo mudou... E agora trabalhamos, estudamos, fazemos esportes e temos outros interesses. Mas o comportamento “ideal” ainda está na nossa mente, colocado pelas histórias que ouvimos desde pequenas e muitas vezes pela educação que nossos pais nos deram.
Está na hora de reconhecer, partilhar o poder e educar o (a) nosso (a) pimpolho (a) para ser diferente na vez dele (a).

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Primeira visita ao Dentista (odontopediatra)

Para começar precisamos acabar com a idéia de que ir ao dentista é ruim e chato. Essa história precisa mudar para o bem de nossas crianças e da saúde geral delas. O comportamento de nossos filhos é reflexo do aprendizado em casa, essa lição deve ser aprendida na infância.


A maior aliada da odontopediatria e de uma boa experiência com o dentista na infância é a prevenção. Portanto, a primeira visita ao dentista tem que ser feita antes de 1 ano de idade, quando aparecem os primeiros dentinhos de leite. Sim, levar seu filho pequeno para visitar o dentista, escutar as dicas sobre alimentação, higienização da boca, desfazer dúvidas é super importante. Mesmo que seja de uma maneira lúdica essa visita. Mas aí vem a pergunta: essa dentista não para de brincar com meu filho, será que dá para começar logo essa consulta? Bem, a consulta já começou e você não percebeu. A maneira que um odontopediatra apresenta o mundo odontológico para seu filho fará total diferença. Se familiarizar com o ambiente, instrumentais, cadeira, ar, água, por meio de brincadeiras, abre um canal de comunicação e confiança que dará condições possíveis ao atendimento. Quando for necessário realizar um procedimento mais complexo, seu filho já estará seguro e confiante para fazê-lo.
O odontopediatra usa muita cor, brinquedos e bichos de pelúcia no consultório, para ter um ambiente adequado ao receber a criança, onde ela se sinta acolhida e esperada. A visita deve ser tratada de uma forma natural, tranquila e será uma experiência única e diferente da época dos pais. É natural que os pais fiquem apreensivos, mas não precisam trazer uma platéia para a primeira consulta: vovô, vovó, babá e os irmãos. A criança irá ao dentista para cuidar dos dentes e não para um show em que ela será o centro das atenções. Então vamos manter a leveza e a tranquilidade?
E se ele chorar? Não se preocupem. Pode ser timidez, receio por algo desconhecido, pode ser até um pouco de medo pela nova situação. O odontopediatra fará a adaptação do seu filho, até que ele se sinta confortável para o atendimento odontológico. Por isso a importância da prevenção e não levar seu filho ao dentista quando estiver com dor, cárie.
Outra questão importante é prometer presentes e passeios caso seu filho se comporte. Isso não é recomendável! Sabemos que a expectativa é grande, mas um profissional da área vai saber como lidar com o choro e a negação, quando menos se esperar, seu filho vai amar ir ao dentista e esperar ansioso para uma próxima visita.
Então, quando for falar com seu filho sobre a primeira visita ao dentista, soe genuinamente feliz, alegre, tranquilo, divertido e curioso. Fale que ele vai brincar, mostrar os dentinhos e aprender a cuidar deles. Mostrar curiosidade pelo que a tia/tio tem guardado para mostrar e ensinar para eles. A experiência nesse primeiro momento vai direcionar todo o futuro da criança no consultório odontológico.
Dra Tatiana Matuck CRO -SP 100695
Odontopediatria, Ortodontia e Ortopedia dos Maxilares.
Rua Ministro Luiz Gallotti, 215 Brooklin

Tel 5561 2323

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Pesadelo é uma coisa. Terror noturno, outro.

Você está dormindo tranquila e profundamente... e aí gritos aterrorizantes te acordam...
O que é? O que eu faço? E agora?
Os pais ficam apavorados, desesperados porque não conseguem evitar e/ou resolver a situação que incomoda o (a) filho (a). E para nós pais o que é pior do que descobrir não ser capaz de evitar qualquer sofrimento na vida dos nossos (as) pimpolhos (as)? Mesmo quando eles (as) tiverem 50 anos...
Vamos entender para nos culparmos menos... (não nos culpar... eu julgo impossível)
1- O que é sono?
Sono é um período de repouso para o corpo e a mente quando a volição (capacidade de escolher) e a consciência (capacidade de entender, analisar e compreender) estão parcial ou totalmente inativos.
Ele se divide em 2 períodos reconhecidos pelo Movimento dos Olhos: Período sem movimentos rápidos dos olhos (NREM, do inglês, Non Rapid Eye Movement, 75% do tempo que dormimos) e o com esses movimentos (REM, Rapid Eye Movement).
NREM: (1) sonolência: período em que você começa a se preparar para dormir, geralmente deixando a mente vaguear por vários acontecimentos recentes, dura mais ou menos 5 minutos e qualquer estímulo acorda a pessoa; (2) sono "não profundo", duração média de 5 até 15 minutos, para "acordar" a pessoa necessita de estímulos mais intensos (tátil, sonoro...) podem aparecer sonhos com história; (3) aprofundamento do sono (15 a 20 minutos) e (4) sono profundo (40 minutos) quando acordar a pessoa é muito, mas muito difícil. No NREM há liberação do hormônio do crescimento, em grandes quantidades.
Depois de todo esse NREM, começa o sono REM: momento em que os músculos estão totalmente parados e relaxados, mas o cérebro está em plena atividade (como na fase de sonolência) há sonhos relacionados a fortes situações emocionais. A função é separar o memórias "inúteis" do dia-à-dia (" a cor do carro estacionado na frente da escola") do que é importante para fixar apenas o importante na memória. É o momento que mandamos lembranças inúteis para a "lixeira" do nosso "computador" (cérebro) e a esvaziamos.

2-Pesadelo
Acontece na fase REM, geralmente na segunda metade da noite, e é relacionado a um sonho assustador, e a criança acorda (na maioria das vezes) e consegue contar que o medo foi gerado por uma "história" relacionada ao sonho. Tem relação com algumas situações do cotidiano que a criança vivenciou: um filme de terror, o medo de cair do brinquedo quando se desequilibrou, uma história aterrorizante contada por um amiguinho...
Nesse momento confortar, explicar que está ali para protegê-lo (a) e que aquele fato "não é real" ou "já passou" funciona.
Para evitar o pesadelo ter uma boa rotina para dormir, evitar histórias ou filmes com conteúdos que podem causar a sensação de medo na criança. Para descobrir o "gatilho" do pesadelo revise o dia da criança do ponto de vista da idade e maturidade emocional dela. (Com a minha Bia um dos desencadeantes foi o seriado "Chaves"... afinal ela nunca tinha visto, até aquele momento, crianças brigando e batendo uma nas outras)

3- Terror Noturno
Pode começar por volta dos 9 meses, de 10 a 15% das crianças tem pelo menos 1 crise por ano, em adolescentes  5 a 10% tem pelo menos 1 crise anual e entre os adultos 1 a 5%.
Acontece na primeira metade da noite (2 a 4 horas depois do adormecer), fase NREM. A criança grita, se agita fisicamente (senta, chuta, bate...) , pode suar muito,  respirar rápido e ter os batimentos cardíacos muito acelerados. Há uma sensação de desconforto e/ou medo forte, mas não se relaciona especificamente a um fato ou história. Na maioria dos casos a criança não acorda (ou seja, não fica consciente).
Costuma ter história familiar, ou seja, se o seu/sua filho (a) mais velho (a) - ou você - tem e/ou teve terror noturno o (a) próximo (a) filho (a) tem mais chances de apresentar o problema.
Algumas situações aumentam a chance do terror, cansaço excessivo, estresse, febre e/ou outro desconforto físico (incluindo bexiga cheia),  dormir em lugar estranho/diferente, muito som e/ou luz.
Neste caso acolher fisicamente é fundamental para passar a sensação de conforto. Evite acordar a criança. Repita com voz calma e tranquila "Papai e mamãe, ou papais, ou mamães te amam" ou cante uma canção de ninar baixinho.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Que sono! Dormir é bom! Em todas as idades... Mas, como ajudar o (a) meu/minha filho (a) a ter bons hábitos de sono?

Dormir é tão bom... e depois de virarmos mamães e papais isso se torna cada vez melhor... Afinal os pequenos nos consomem todas energias!
Mas a minha Bia, é uma garota super "boa de cama"! De repente olha para você e diz: vou dormir! E apaga! Já fez isso em restaurante de hotel fazenda! (Vejam a foto que ilustra nossa publicação de hoje.)
Mas, para muitos pais e mães é conflituoso gerenciar o sono dos pequenos...

1- Como sempre: cada família e cada comunidade social funciona de um jeito. Se respeite! O certo para alguns, pode não encaixar para vocês...
Uma criança deve estar integrada a sua realidade, Na comunidade Guisi no Quênia os pequerruchos não tem horário para dormir, participam das atividades dos pais e da comunidade até sentirem necessidade de repouso, então dormem. Já os Hare, no Canadá, não permitem a soneca da tarde após os 3 anos e as crianças jantam e imediatamente dormem. (fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/o-padrao-de-sono-das-criancas/).
Na verdade o ideal é que a criança se adapte ao ritmo familiar. A que horas vocês pais chegam em casa? A que hora acordam? Que momento após o trabalho podem brincar com seu/sua filho (a)?
Mais importante do que regras e receitas prontas o mais importante é que seu/sua pequeno (a) possa conviver, brincar e conversar com vocês...
Sempre fui "da noite", mas minha filha é "do dia" e meu marido também, fui eu quem teve de se adaptar... (Juro ainda é difícil!)
2- Do nascimento até nos tornarmos idosos a necessidade de sono e o ciclo dele muda
Até 6 meses o sono acontece em ciclos de 3 a 4 horas, sem nenhuma relação com o fato de ser noite ou dia. São os pais que começam a introduzir este conceito. Dica: nas mamadas noturnas não use muita luz e nas diurnas sempre mantenha a luz natural, desde recém nascido, este conceito é demonstrado pelo nosso comportamento e aprendido. Não coloque a criança para dormir em ambientes sem luz durante o dia, mantenha a luminosidade natural, assim você estará demonstrando o conceito noite/dia.
Por volta do 4º mês o ritmo de 24 horas e luminosidade começam a ser compreendidos, então eles passam a estender o tempo entre os ciclos. Geralmente no 6º mês a criança passa a conseguir dormir por 6 horas seguidas, acordando à noite para uma mamada (as mamães voltando da licença maternidade agradecem!).
Entre os 2 e 3 anos (sempre esse período crítico...) o sono noturno já deve ter um ritmo proprio e contínuo, as "sonecas diurnas" tendem a diminuir. Porém, aparece a ansiedade da separação dos pais ("e se ao acordar eles não estiverem aqui?"). Nesse momento é importante criar uma rotina que dê segurança à criança (de acordo com as rotinas e valores familiares). Os chamados "objetos transicionais" (paninho, boneco de pelúcia, bonecas, etc...) são importantes para eles se sentirem tranquilos, seguros e conseguirem "desligar". Nessa idade por volta de 30% das crianças tem os "terrores noturnos" (choro constante no meio da noite, vamos conversar em outro post, prometo!).
Entre 4 e 5 anos é interessante evitar as "sonecas diurnas", especialmente no final da tarde, elas podem reduzir o tempo de sono noturno. Dica: se seu/sua filho (a) está na "escolinha" cheque qual é a "política" deles nesta faixa etária e peça para adapta-la a sua rotina familiar.
Dos 5 aos 12 a criança transita gradualmente para o "padrão adulto", há horários para acordar para ir à escola e etc... que geram uma rotina...
Adolescentes tem um aumento da sensação de sono durante o dia, para se adaptarem para a rotina dos tais "8 horas diárias de sono" e a possibilidade de dormirem em horários diferentes durante a semana e aos fins de semana. Alguns pedagogos desaconselham que as aulas comecem muito cedo para que a atenção na hora do aprendizado seja melhor aproveitado.
Antigamente diziam que tínhamos de aprender a estudar e acordar e acordar cedo porque na vida adulta seria assim... Pense na nossa vida atual: home office, horários alternativos, novas opções profissionais. Entender e respeitar é fundamental.
Leia mais em
http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/hora-certa-aprender-467203.shtml,
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/aulas-para-adolescentes-deveriam-comecar-depois-das-8h30-diz-estudo
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/aulas-comecam-cedo-demais-39-dos-alunos-brasileiros-possuem-privacao-de-sono-17123847
Veja a tabela de tempo versus idade (lembre-se cada criança, adulto e família são individualidades, esses números são médias):

Idade
  Nº horas             Quantidade de horas de sono durante o dia
Recém-nascido
  16 a 18 horas por dia.
    várias sonecas durante o dia
2 a 6 meses
  14 a 16 horas por dia
    5 horas dessas, de sono diurno
6 a 12 meses
  12 a 14 horas por dia
    3 horas dessas, de sono diurno
1 a 2 anos
  10 a 12 horas por noite
    2 soninhos diurnos de 1 hora cada
2 aos 3 anos
  10 a 12 horas por noite
    1 soninho diário de 1 hora
3 aos 6 anos
  10 a 12 horas por noite
    não há necessidade de sono diurno
Acima de 6 anos
  8 a 10 horas por noite
    não há necessidade de sono diurno
Adolescentes
  8 a 9 horas por noite
    não há necessidade de sono diurno
Adultos
  7 a 8 horas por noite
    um descanso de 30 minutos durante o dia é interessante
Idosos
  6 a 7 horas por noite
    importante um sono diurno de 1 hora e meia

3- Por que dormir é um assunto sério?
  • Dar tempo para o corpo voltar às condições ideais para recomeçar, isso inclui restabelecer a quantidade de algumas substâncias químicas
  • Para aprender e ter boa memória: durante o dia recebemos uma série de informações (e com a internet isso aumentou exponencialmente), desde a cor da roupa de alguém até informações acadêmicas. O sono serve para fixar os que são importantes e "jogar fora" aqueles que não tem valia (porque se lembrar que a cor do carro que parou na frente de casa ou da escola era verde?). É uma especie de "esvaziar a memória do seu computador mental".
  • Dar tempo para o corpo descansar (baixar a pressão arterial, batimentos cardíacos, relaxar os músculos...) e produzir alguns hormônios que regulam a nossa vida e o nosso funcionamento (hormônio do crescimento, hormônios que controlam o apetite (quem dorme pouco tem mais tendência a engordar!), e vários outros.